Os modelos atuais de graduação em Biblioteconomia ainda são arcaicos e deixam de focar pontos importantes para a formação do bibliotecário. A internet é muito mais que uma ferramenta e sim uma poderosa aliada e também um grande desafio.
A Biblioteconomia é a ciência que estuda os aspectos do uso e da disseminação da informação através de serviços e produtos informacionais. Esta ciência reúne uma serie de técnicas e procedimentos, para gerenciamento de informações, nos mais diversos espaços.
Etimologicamente Biblioteconomia é a junção de três palavras gregas: biblíon (livro) + théke (caixa) + nomos (regra), ou seja, “conjuntos de regras de acordo com as quais os livros são organizados em espaços apropriados”.
Palavras e significados fazem com que a Biblioteconomia carregue uma série de estigmas que acabam por limitar o seu campo de atuação e de seus profissionais; comumente costuma-se associara imagem do bibliotecário a de um profissional que passa todo arrumando livros nas estantes.
O que é uma grande inverdade, já que o profissional de Biblioteconomia é um gestor de informações que passa anos de sua vida estudando formas de levar a informação correta em tempo hábil para que seus usuários saiam satisfeitos e com suas dúvidas resolvidas.
A Biblioteconomia é uma ciência milenar que sempre atuou dando suporte as demais áreas do conhecimento. Como imaginar a ciência sem informação? O que seriam das pesquisas científicas sem o apoio informacional das bibliotecas e centros de documentação e/ou informação? Mas se a Biblioteconomia é tão importante e funcional para as outras ciências então por que ainda existem os rótulos e os preconceitos com os profissionais da área?
Não vou cair no mérito da questão se o bibliotecário é ou não valorizado na sociedade atual, pois, acho essa uma discussão antiga e até mesmo caduca. A valorização vem do empenho dos profissionais e da contribuição social da área.Mas retornando à pergunta anterior, por que então a Biblioteconomia fica à sombra das outras ciências?
Vou arriscar uma resposta: Os modelos atuais de graduação em Biblioteconomia ainda são arcaicos e deixam de focar pontos importantes a formação do bibliotecário, como podemos pensar em sociedade da informação, sociedade em rede ou sociedade do conhecimento sem preparar os profissionais da informação para atuarem na web?
A internet é uma importante disseminadora de informações e não respeita o limite espaço-temporal, mas onde estão os bibliotecários na web? Onde está a aplicação do “profissional que gerencia a informação em qualquer lugar independente do suporte”?
Arrisco a dizer que a Biblioteconomia só irá sair do lado obscuro da força, quando perceber que a internet é muito mais que uma ferramenta, e sim uma poderosa aliada e também um grande desafio. A nova geração de usuários tem uma afinidade enorme com sistemas computacionais e com o ambiente web, e toda essa afinidade fez com que eles aprendessem a utilizá-la efetivamente.
Por isso para nós que somos profissionais da informação é inconcebível não determos o conhecimento mínimo sobre internet para auxiliarmos nossos usuários. Esses jovens e adolescentes têm a sua disposição um volume inimaginável de informações com apenas um clique. Por isso os modelos atuais de gerenciamento de informação possivelmente não irão satisfazer as suas necessidades informacionais e de entretenimento.
O que precisamos para ganhar notoriedade em nosso trabalho é mudar o conceito que sem tem sobre o bibliotecário adotando uma postura mais versátil e moderna que não apenas acompanhe as mudanças, mas também se antecipe a elas.
O que a sociedade do conhecimento precisa é cada vez mais de Bibliotecários Virtuais, Web Searches, Gestores de Conhecimento, Arquitetos de Informação, Gestores de Sistemas de Informação, Mediadores da Informação, Analistas de Informação na web e fora dela.
O trabalho nas bibliotecas é importantíssimo, mas, este representa apenas uma vertente do trabalho dos profissionais da Biblioteconomia.
Precisamos ir mais além...
Bibliotecários de todo o universo, a força está com vocês!
E vocês de que lado estão?
Por Rafael Marinho.
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