27 de fevereiro de 2009

Bibliotecário lida com gestão da informação:

Setor privado e bibliotecas universitárias são os campos que mais empregam esse profissional.

DANIELA MERCIER
FOLHAVEST
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Livros, jornais, revistas, internet. É cada vez maior o volume de informações produzido e difundido pela sociedade. No contexto das novas tecnologias, em que o conhecimento está em todo o lugar, como tornar a informação confiável e útil para as pessoas? Esse é o desafio do bibliotecário, profissional que há tempos não está mais restrito às bibliotecas."O bibliotecário trabalha com o processamento da informação.
Então, em qualquer lugar em que isso seja importante, é possível a atuação desse profissional", afirma a presidente do CFB (Conselho Federal de Biblioteconomia), Nêmora Rodrigues. Segundo ela, além de espaços mais tradicionais, como bibliotecas públicas e escolas, é comum o trabalho dos bibliotecários em empresas, escritórios de advocacia, agências de publicidade e centros de informação e documentação.
Emília da Conceição Camargo, bibliotecária há mais de 25 anos, gerencia há nove o centro de informações do grupo Totalcom, formado por empresas do ramo publicitário.Com uma equipe multidisciplinar, ela trabalha com coleta, seleção, análise e tratamento de dados sobre o mercado de publicidade. É a partir desses levantamentos que a empresa monitora e planeja novos negócios -razão pela qual o bibliotecário tem importância estratégica para decisões da empresa.
"Hoje, nenhum lugar vive sem gestão da informação."A atividade é exclusiva do bacharel em biblioteconomia -atualmente, existem 41 cursos no país, a maior parte deles nas capitais.De acordo com o conselho do setor, formam-se, por ano, cerca de mil profissionais em todo o Brasil, número que, para Nêmora Rodrigues, é pequeno para a demanda do mercado."Todo o interior dos Estados está descoberto. Só as universidades já absorvem uma quantidade grande de profissionais", exemplifica.
Não há piso nacional para a categoria. Em São Paulo, o salário inicial é de R$ 1.450 por mês. Segundo o Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado, a remuneração média está entre R$ 3.000 e R$ 5.000 -alguns profissionais chegam a receber R$ 13 mil.
Formação generalista para um campo de trabalho tão abrangente, é importante que o profissional tenha contato com outras áreas do conhecimento. Por isso, a formação do bibliotecário é generalista. Administração, lingüística, sociologia e filosofia são algumas das disciplinas que compõem o currículo básico do curso. Ao lado de matérias específicas e técnicas da área, como documentação, indexação e planejamento bibliotecário, o aluno é incentivado a fazer disciplinas optativas e eletivas - modalidades oferecidas em outros cursos.
Como o bibliotecário deve estar preparado para se adaptar a diversos ambientes e tipos de informação, características como flexibilidade, iniciativa, criatividade e vontade de aprender são desejáveis para quem quer ingressar na carreira. "Para lidar com informação é importante gostar de garimpar, ser antenado e ter "espírito obreiro'", afirma Emília Camargo, que diz não ter dificuldade em selecionar estagiários nessa área."O mais difícil é a flexibilidade, para se adaptar às novas possibilidades de trabalho. Mas os jovens levam vantagem [nesse aspecto]", diz.
Outras habilidades úteis para a profissão são o interesse pelas novas tecnologias e o conhecimento de línguas estrangeiras. Aluna do 4º período de biblioteconomia na Unesp, em Marília (435 km de São Paulo), Laura Inafuko, acredita que uma formação cultural sólida é fundamental para a profissão. "É muito importante ter uma base para conhecer e atender bem ao usuário", diz. Ela faz estágio na universidade -o segundo na área- e acha que a carreira é promissora: "O mercado está em todo lugar".

Em defesa do livro:


Numa agitada eleição para a escolha da diretoria que vai comandar a Câmara Brasileira do Livro (CBL) no biênio 2009/2011, na quarta-feira passada, a atual presidente Rosely Boschini foi reeleita com 185 dos 238 votos.
A CBL tem 554 associados e promove a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, além de conceder o prestigiado Prêmio Jabuti. Rosely Boschini derrotou o candidato da chapa Mudança & Participação, Armando Antongini Filho, que recebeu 52 votos e acusava a atual diretoria de firmar um acordo irregular com uma empresa de marketing para captação de recursos incentivados pela Lei Rouanet. Houve apenas um voto nulo.
Entre as propostas da presidente, que concedeu uma entrevista antes da eleição, está à reformulação da Bienal do Livro e a expansão dos festivais literários.

Pergunta: Como o Brasil pode se tornar um país de leitores?

Rosely Boschini: O Brasil deu passos importantes nos últimos anos. A adoção da Lei do Livro, a desoneração fiscal e a criação do Plano Nacional do Livro e Leitura são alguns deles, e a CBL esteve entre os protagonistas. Os editores, que têm feito do Brasil o oitavo maior produtor de livros do mundo, fazem sua parte, publicando livros de qualidade e procurando, com distribuidores e livreiros, colocá-los ao alcance dos leitores. Mas está na hora de avançar mais rápido. Precisamos de mais investimentos em educação e cultura e de políticas públicas capazes de garantir maior acesso aos livros nas livrarias e nas bibliotecas públicas.

Pergunta: Quais os efeitos da pirataria do livro no país?

Rosely: Autores e indústria editorial perdem, em todo o mundo, bilhões de dólares ao ano, causando prejuízos muitas vezes insustentáveis que inibem novos investimentos. Temos buscado esclarecer leitores, autoridades e universidades sobre as conseqüências danosas para a sociedade. É certo que é preciso distinguir entre pirataria e o uso comercial abusivo de produtos produzidos legalmente por empresas que pagam impostos, com exceções já previstas nas leis, em especial a Lei de Direitos Autorais. Por isso, a CBL tem defendido uma ação combinada entre educação, repressão pontual com base na legislação e diálogo permanente com as autoridades.

Pergunta: O que a senhora pensa sobre a mudança na lei do direito autoral proposta pelo governo?

Rosely: É preciso ter a compreensão de que a propriedade intelectual é um bem jurídico. Receio que a mudança na legislação autoral possa causar insegurança jurídica aos detentores de direitos autorais e prejudicarem os investimentos na criação, na produção e na difusão da cultura escrita. Estamos acompanhando as propostas de alteração, ainda sob análise do Ministério da Cultura, e criamos um grupo de trabalho, representativo de quase 30 entidades, para dialogar e defender as posições do setor junto ao governo. Para chegar a uma proposta viável, o Estado deve criar mecanismos que permitam o livre acesso à cultura e resguardem os autores e detentores de direitos autorais.

Pergunta: De que forma a CBL pode participar ativamente da expansão de mercados literários como áudio-livros, e-books etc.?

Rosely: Uma das ações que a CBL tem feito é buscar, por meio da Escola do Livro, a capacitação profissional do setor nessa área. Vamos intensificar a promoção de debates sobre políticas públicas e mercadológicas com especialistas da área e criar uma agenda para discutir temas como a proteção aos direitos autorais no ambiente digital. Ao mesmo tempo, vamos apoiar inúmeras ações pontuais, como a CBL tem feito, por exemplo, com as entidades que investem no audio-livro como meio para democratizar o acesso de portadores de qualquer tipo de deficiência à leitura.

Pergunta: Como se posiciona a CBL diante da apreensão do mercado editorial com o abalo na economia mundial?

Rosely: Temos trabalhado em duas frentes: uma para fortalecer as relações institucionais com o governo, que melhoraram nos últimos anos; a outra para capacitar empresários e profissionais da área. É importante ter em mente que, embora grave, a crise é passageira. Por isso, é fundamental que os investimentos em educação continuem a ser encarados como prioridade do governo, o principal comprador de livros do país. Outro desafio é com relação ao crédito. Os empresários do livro não dispõem de linhas especiais de financiamento. Isso deve ser revisto. Reforma da Lei de Direitos Autorais Até o segundo semestre, o governo deve apresentar um projeto de reforma à Lei de Direitos Autorais que traz pontos polêmicos, como a limitação da exclusividade do direito do autor em determinadas situações em que a função social assim exija ou uma autonomia maior do artista para definir a forma de seus direitos.

Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009 - Fonte: Zero Hora Redação.

Entidades criticam Lei de Informação!

Especialistas e entidades de defesa da liberdade de informação acreditam que a nova lei de acesso pode ser inútil devido a falhas no projeto. De acordo com o que foi divulgado da proposta, falta clareza sobre as regras e instrumentos para o acesso a informações públicas e poderá haver restrições à consulta a documentos históricos. O projeto de lei deve ser assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e enviado para o Congresso.

"Não adianta só uma lei. É preciso uma cultura de transparência na relação do Estado com a sociedade", argumenta Fernando Paulino, um dos coordenadores do Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas. A entidade defende a existência de um órgão regulador, centralizado ou descentralizado, para receber as solicitações de informação.

O texto da proposta de lei não está diponível ao público. O Estado de S. Paulo procurou insistentemente a Casa Civil e pediu cópia do projeto. A assessoria de imprensa do ministério explicou que o texto ainda está em discussão. No final do ano passado, o jornal antecipou alguns tópicos do projeto da lei de acesso. A norma estabelece prazos para o fornecimento da informação e cria punições para os funcionários que a descumprirem.

Porém, a proposta permite a renovação contínua dos prazos de reserva dos documentos, mantendo a figura do "sigilo eterno". Para a diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Jessie Jane Vieira de Souza, a renovação indefinida do sigilo colocaria os cidadãos à mercê da compreensão de autoridades futuras sobre conjunturas passadas.

Há anos, entidades de direitos humanos demandam o acesso a arquvios oficiais do país. As organizações pedem a abertura de documentos da ditadura militar para esclarecer responsabilidades por mortes, desaparecimentos e torturas.
O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, teme reações de países vizinhos em face a possíveis revelações sobre conflitos fronteiriços dos quais o Brasil participou há mais de cem anos. O acesso a arquivos da Guerra do Paraguai, encerrada em 1870, é vetado ao público.
Baixe aqui a íntegra do texto de O Estado de S. Paulo.


Fonte: Site Informação Pública - http://www.informacaopublica.org.br/?q=node/511

19 de fevereiro de 2009

O acesso ao conhecimento em questão!

Colunista discute o papel das bibliotecas e do Google na digitalização e disponibilização de livros.


Por Keila Grinberg


Atire a primeira pedra quem nunca brincou de surfar ao léu no Google. Ainda mais você, que está lendo uma coluna publicada numa revista on-line. Para gente como nós, só podia ser motivo de comemoração o anúncio em 2004 de que o Google se associaria a cinco importantes bibliotecas em um gigantesco projeto de digitalização de livros (as instituições envolvidas eram a New York Public Library e as bibliotecas das universidades de Michigan, Stanford e Harvard (EUA) e Oxford (Reino Unido).

Não se tratava da primeira biblioteca digital, evidentemente, nem da primeira ferramenta on-line de busca de livros. Desde sua criação, a web vem motivando bibliotecários e cientistas da informação do mundo inteiro a repensar a forma como as bibliotecas preservam e disponibilizam informação, revistas especializadas, livros.

A ilustração representa a biblioteca de Alexandria, no Egito, a maior do mundo antigo. Essa instituição tinha a missão de reunir todo o conhecimento do mundo – algo parecido com o que o Google almeja fazer com seu projeto de digitalização de livros (imagem: Wikipedia Commons).

O que o Google propunha, no entanto, não era nada disso. Ou melhor, era muito mais que isso. Em suas próprias palavras, a empresa almejava "organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil". Nada mais, nada menos. A ideia era simplesmente digitalizar todos os livros do mundo. Hoje, com a parceria de outras bibliotecas de universidades europeias e norte-americanas e com cerca de 7 milhões de livros digitalizados, dos quais um milhão em domínio público, o Google se orgulha de permitir que pessoas encontrem livros esgotados, que jamais (jamais?) seriam lidos sem sua ajuda.
Seria a realização do sonho da biblioteca de Alexandria, com a criação de uma biblioteca universal, digital, de livre acesso a qualquer um que tivesse um computador conectado à web? Veríamos, finalmente, a tecnologia a serviço da difusão do conhecimento? Acalmai-vos, otimistas de plantão. Ao que parece, ainda estamos longe de chegar lá. Pelo menos é o que argumenta o historiador Robert Darnton, professor da Universidade Harvard, no artigo 'Google and the Future of Books', publicado este mês na New York Review of Books.

Acesso irrestrito Especialista no estudo do século 18, principalmente das ideias iluministas, Darnton recorda o lema "Free to All" [Livre para todos], cravado na entrada da Boston Public Library. Quem discordaria dessas palavras? Difundir o conhecimento, permitir o acesso público aos livros e preservá-los como patrimônio cultural da humanidade é, afinal, o objetivo de toda biblioteca pública. A questão é: caberia ao Google, uma empresa privada, a levar adiante esta empreitada? Em certo sentido, de acordo com as idéias de Darnton, sim. Afinal, a empresa se propõe a disponibilizar de graça para download todas as obras de domínio público – cerca de um milhão dentre os sete milhões digitalizados – que possuir.

Em outros termos, no entanto, não. O Google foi processado por autores e editoras por conta da disponibilização on-line de obras esgotadas, mas ainda protegidas por direitos autorais – que correspondem a cinco dos sete milhões de livros digitalizados até agora. Em decorrência disso, a empresa decidiu vender a bibliotecas e universidades assinaturas para acesso ao conteúdo que vem sendo digitalizado, assim como já fazem há anos as empresas que vendem assinaturas de revistas eletrônicas. Ressalva: respeitado o acordo, o Google disponibilizará um computador por biblioteca pública para acesso gratuito (sem impressão) de obras esgotadas.

É aí que começam os problemas. É sabido que as bibliotecas gastam, hoje, muito mais com bases eletrônicas do que com livros. Como fariam, por exemplo, as brasileiras para manter a assinatura do pacote Google, pressupondo-se que ele terá preço semelhante ao das demais bases de dados?

A questão é complicada para as bibliotecas brasileiras, como notou Tania de Luca, professora do Departamento de História da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Assis. Uma coisa é a biblioteca digitalizar o seu acervo e colocá-lo on-line; outra coisa é uma empresa digitalizar e vender o acesso. Daí a importância dos repositórios institucionais, do movimento do livre acesso e da obrigação de que tudo o que for produzido com dinheiro público seja disponibilizado livremente.


Tela inicial da versão experimental da Biblioteca Digital Europeana, que oferece acesso a mais de 2 milhões de documentos digitalizados. Ao informar a origem de cada documento acessado (diferentemente da busca do Google), essa iniciativa contribui para valorizar as bibliotecas que se uniram nesse projeto.

Valorizar a biblioteca

Tania de Luca coloca a própria biblioteca no centro do processo de digitalização e disponibilização de seu conteúdo – o que o Google não faz, um vez que o resultado das buscas aparece sem referências à instituição que guarda o livro.

Com isso, ela ressalta o mesmo ponto defendido por Pedro Puntoni, diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (que vem sendo digitalizada) e professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), em artigo publicado em novembro de 2008 na Revista da USP. Para ele, é preciso valorizar também a própria biblioteca, não apenas pelo que já foi gasto na constituição de seu acervo, mas também por aquilo que ela – e o livro – representam como meios fundamentais do acesso à cultura. Nesse sentido, para Puntoni, uma alternativa de peso à proposta do Google seria o projeto Gallica, desenvolvido pioneiramente pela Biblioteca Nacional da França, que deu origem à Biblioteca Digital Europeana, acessível ainda em fase experimental desde o fim de 2008.

Essa iniciativa pública respeita a origem da informação e do acervo ao qual ela pertence e contribui sobremaneira para manter as bibliotecas como instâncias fundamentais de preservação da história e do patrimônio cultural da humanidade, respeitando a diversidade das diferentes instituições. Mas seria leviano demonizarmos o Google apenas por se tratar de uma empresa privada que, como todas, visa ao lucro.

Mais do que isso, trata-se também de uma disputa em torno de direitos autorais, que vem dando golpes mortais na indústria do entretenimento, na qual o livro vem sendo, até agora, talvez a menos afetada das mídias. Isto é, até a chegada da ferramenta de busca em livros dessa empresa, o Google Book Search. Esta talvez seja uma ameaça mais poderosa ao livro do que as maquininhas de leitura digital como o Kindle, da Amazon, ainda não incorporadas pelo mesmo grande público que consome iPods e outros tocadores de música digital.

Com o Google, autores e editoras não veem por que a empresa deva ganhar dividendos por obras que não deixam de pertencem a eles pelo fato de estarem esgotadas. Daí o processo, daí o acordo, daí a decisão de cobrar pelo acesso a essas obras, cujo retorno reverteria para editoras, autores e para o próprio Google.


Alcance dos direitos autorais
O debate é quentíssimo e muito extenso para ser desenvolvido aqui. Basicamente, o que se discute é por quanto tempo o criador tem direito de receber por sua criação – e também o difusor (no caso, a editora). Discute-se ainda, no mundo de hoje, o próprio conceito de autoria – mas isso nos levaria mais longe ainda.

O Kindle, aparelho para leitura de livros digitais produzido pela Amazon, foi apontado por alguns como uma ameaça aos livros impressos (foto: Ted Merriman).

Por ora, voltando ao mundo da veiculação das ideias acadêmicas, é o caso de refletirmos sobre a pertinência da atribuição de direitos autorais em obras financiadas com dinheiro público, que é justamente o caso do Brasil. Novamente de acordo com Tania de Luca, vejamos o exemplo dos artigos acadêmicos: em geral, autores desses trabalhos nada recebem para publicá-los em revistas científicas; a revista, por sua vez, vende seu conteúdo para uma base de dados eletrônica, que a vende para as bibliotecas que, por sua vez, precisam comprá-las, uma vez que as próprias revistas em papel estão com os dias contados.

É um grande negócio: pesquisas financiadas com dinheiro público têm seus resultados vendidos por grandes grupos econômicos.

Ganham todos, inclusive o autor, que acumula pontos na carreira, traduzidos em melhores empregos, bolsas e financiamentos, decorrentes do prestígio de publicar em uma boa revista científica. Ganham todos? Claro que não. Perde o leitor, que só lerá o texto se tiver acesso à base de dados à qual ele pertence. Voltando a Robert Darnton: enquanto a questão do acesso à informação e ao conhecimento for pautada por batalhas jurídicas entre grupos que representam interesses privados, quem perde mesmo é o público.

Em todos os sentidos que a palavra possa ter. Em tempo: neste âmbito, ponto para o governo federal, que vem investindo muitos recursos na construção, em software livre, do Portal Domínio Público e na compra das bases de dados que compõem o Portal de Periódicos da Capes, acessível a 191 instituições de ensino superior em todo o país.

Para quem quiser se aprofundar sobre a discussão, além do artigo de Robert Darnton, recomendo vivamente a leitura dos seguintes textos: Pedro Puntoni, As Bibliotecas Digitais e a sociedade da informação: perspectivas para as bibliotecas digitais no Brasil. Revista da USP, novembro de 2008. Jean-Noel Jeanneney, Google and the myth of universal knowledge. Chicago and London, The University of Chicago Press, 2007.

Fonte: Revista Ciência Hoje - http://cienciahoje.uol.com.br/138063

18 de fevereiro de 2009

As mais belas Bibliotecas do mundo!

Sou apaixonada por bibliotecas!!!

E quando me deparei com esta lista de 20 das bibliotecas mais lindas do mundo, não tive dúvida: Essa lista precisava estar aqui!
É claro que existem muitas outras bibliotecas maravilhosas espalhadas pelo mundo... Quem tiver sugestões, etc., é só colocar nos comentários!

Tradusido e adaptado do site: http://www.oddee.com/


1- Biblioteca da Abadia de St. Gallen, Suíça





2 - Real Gabinete Português De Leitura, Rio De Janeiro, Brasil




3 - Biblioteca do Trinity College, também conhecido como “The Long Room” (algo como “a sala longa”), Dublin, Irlanda




4 - Biblioteca do Monastério de Melk, Melk, Áustria




5 - Biblioteca Privada de Jay Walker




6 - Biblioteca do Rijksmuseum, Holanda







7 - Biblioteca do Parlamento, Ottawa, Canadá




8 - Biblioteca Teológica do Monastério Strahov, Praga, República Tcheca




9 - Biblioteca Herzog August, Wolfenbüttel, Alemanha




10 - Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal




11 - Biblioteca do Monastério de Wiblingen, Ulm, Alemanha




12 - Stiftsbibliothek Klosterneuburg, Klosterneuburg, Áustria




13 - Biblioteca Central, Seattle, EUA




14- Biblioteca do Monastério Beneditino de Admont, Áustria




15 - Biblioteca George Peabody, Baltimore, Maryland, EUA




16 - Biblioteca Nacional, Bielorrússia




17 - Biblioteca Riksdagen, Biblioteca do Parlamento Sueco, Estocolmo, Suécia




18 - Biblioteca Sansovino, Roma, Itália




19 - “Old British Reading Room” (Antiga Sala de Leitura Britânica), Museu Britânico, Londres, Inglaterra




20 - Biblioteca do Congresso, Washington DC, EUA


Para todos os apaixonados pelo paraíso dos livros, outra seleção das mais belas bibliotecas, pode ser encontrada no site: http://curiousexpeditions.org/2007/09/a_librophiliacs_love_letter_1.html

Por que 2009 será o ano da volta por cima!!!

Por Luiz Alberto Ferla


O ano que passou talvez seja para sempre lembrado como o ano da crise e do colapso do sistema financeiro mundial. Mas, por outro lado, foi o ano da consolidação das redes sociais e da web 2.0. Descobrimos que até agora só arranhamos a superfície do universo de possibilidades de colaboração entre as pessoas, onde quer que elas estejam. Com a ajuda dessas ferramentas, 2009 tem tudo para entrar para história como o ano da volta por cima. Isso porque, pela primeira vez na história, podemos juntar o conhecimento de milhões de pessoas e construir a partir daí o que sempre nos fez sair das crises: a inovação.

Para começar, as empresas finalmente acordaram para o potencial das redes sociais. Como o Orkut pode ajudar os negócios já não é mais a pergunta da vez. A questão agora é como dar o próximo passo e fazer com que os consumidores possam fazer parte das estratégias da empresa participando também do conteúdo dos sites. Google – sempre ele – já deu esse passo criando o Friend Connect que cria uma ponte entre as redes sociais e os sites. O consumidor pode entrar no endereço da empresa e ao mesmo tempo interagir com outras pessoas com interesses em comum, tudo isso conectado ao seu grupo de amigos nas redes sociais.

Outra ferramenta já praticamente consolidada é o micro-blogging do Twitter. Se no início não se sabia muito bem que direção esse recurso ia tomar – saber que fulano está escovando os dentes, definitivamente não é relevante – agora já se sabe: dispersar informação. Nos Estados Unidos o Twitter manteve os eleitores de Barack Obama a par dos desenlaces da campanha e, no Brasil, ajudou no trabalho de resgate das vítimas dos alagamentos em Santa Catarina. Para empresas, o Twitter é o melhor espelho possível do que está na boca do povo. E, melhor ainda, com a possibilidade de interagir e fornecer informações relevantes a partir do celular.

E por falar em celular, está claro que no quesito comunicação móvel ainda não vimos nem o começo. A Apple acertou em cheio com o lançamento do iPhone, mas foi ainda mais certeira com a redução do preço do aparelho. Preços mais baixos significam mais gente utilizando e, portanto, maior interação entre usuários. No Brasil, talvez o único impedimento para a tecnologia decolar de vez seja a infra-estrutura, ainda lamentavelmente precária. De qualquer forma, não há como fugir do fato de que a colaboração é um caminho sem volta. Neste ano veremos como milhões de cabeças pensam melhor do que uma e serão capazes de enfrentar qualquer desafio. Ferramenta e vontade para isso é o que não falta.


Luiz Alberto Ferla é CEO das empresas Talk Interactive (www.talkinteractive.com.br) – especializada em comunicação interativa - e Knowtec (www.knowtec.com.br) – especializada em Inteligência Competitiva. Engenheiro pós-graduado em planejamento estratégico, é também co-autor do livro “Viagem ao Mundo do Empreendedorismo”.

Fonte: Portal Fator Brasil (www.revistafator.com.br)

Biblioteca Virtual da América Latina!

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A Fundação Memorial da América Latina lançará na próxima sexta-feira (13/2) a Biblioteca Virtual da América Latina (BV@L). O projeto, que conta com apoio da FAPESP, traz já no início informações da coleção de vídeos e do acervo bibliográfico da Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, cujo acervo especializado em artes e humanidades tem mais de 25 mil registros.

Assim como a Biblioteca Virtual do Centro de Documentação e Informação da FAPESP (BV-CDi), a BV@L utiliza a tecnologia BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), desenvolvida pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme).
De acordo com a coordenadora operacional do CDi da FAPESP, Rosaly Favero Krzyzanowski – que integrou a comissão consultiva responsável pela implantação do projeto –, a BV@L era há anos uma aspiração da Fundação Memorial, mas a instituição ainda não tinha à disposição a tecnologia de informação necessária para a implementação.

"Em 2007 foi estabelecida uma parceria com a FAPESP, com a finalidade de transferir à equipe do Memorial a experiência acumulada pela equipe da BV-CDi", disse Rosaly à Agência FAPESP.
Segundo ela, o sistema BVS é voltado para a área médica, mas foi adaptado para o uso em ciência e tecnologia na ocasião da implantação da BV-CDi, permitindo a montagem de indexadores e planilhas capazes de incluir os dados necessários para a FAPESP.

"Essa experiência de customização permitiu que apoiássemos o Memorial na construção de sua biblioteca virtual. A função da BV@L será a promoção da integração dos países latino-americanos por meio da reflexão sobre a informação cultural disponível nos países do continente", afirmou.
Com a conclusão da fase de desenvolvimento, o Memorial assumiu a gestão da biblioteca virtual. "A instituição tem uma equipe técnica que está fazendo a indexação dos conteúdos", disse Rosaly. A coordenação técnica do projeto é de Marcia Rosetto, especialista em sistemas automatizados e que participou da implantação do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (USP).

A BV@L está sendo lançada com algumas bases bibliográficas, sendo que todo o acervo da Biblioteca Victor Civita já está indexado. Uma série de diretórios indica o que está ocorrendo atualmente no continente na área cultural.
"O portal seguiu o conceito da BV-CDi: não é preciso que absolutamente todos os conteúdos informados estejam disponíveis e digitalizados. O ponto central é informar onde está o material e descrever seu conteúdo. Nossa intenção não é montar um acervo próprio, mas facilitar o acesso aos acervos institucionais", explicou Rosaly.

Os mais de 25 mil registros do acervo bibliográfico da Biblioteca do Memorial consistem em livros, periódicos, folhetos de arte, catálogos e recortes de jornais. Há também mais 10 mil itens pertencentes à coleção André Franco Montoro, do Instituto Latino-Americano (Ilam), doada ao Memorial. Todo esse conteúdo pode ser consultado no local.
Além do acervo bibliográfico, a Biblioteca Victor Civita reúne mais de 2 mil registros de vídeos de ficção e documentários da produção cinematográfica mundial e, principalmente, latino-americana.

A Biblioteca Victor Civita possui ainda a Coleção Produção Científica – composta por cerca de 200 registros das publicações editadas pelo Memorial –, a Coleção Biblioteca Ayacucho – uma das principais coleções sobre a cultura latino-americana, editada na Venezuela desde 1974 – e a Coleção Brasiliana, série da Biblioteca Pedagógica publicada pela Editora Nacional e iniciada em 1931, que contempla ensaios sobre a formação histórica e social do Brasil.
De acordo com Rosaly, além do acesso a todo o acervo da Biblioteca Victor Civita, o portal BV@L também oferece os diretórios de países, de sites e de eventos, bem como as seções "Memorial na mídia", "Acervos especializados", "Bases de dados", "Feiras de livros", "Jornais eletrônicos" e "Revistas eletrônicas".

O diretório de países contempla uma breve descrição sobre cada país integrante da biblioteca virtual, com suas listas de sites selecionados sobre Artes, Arquivos, Bibliotecas, Fundações, Governo, Instituições, Literatura, Museus, Publicações, Turismo e Universidades. Esses temas também correspondem à indexação do diretório de sites.
Já o diretório de eventos apresenta informações sobre os eventos do Memorial da América Latina desde a sua fundação, há 20 anos, em 1989, propiciando uma visualização geral das atividades realizadas sobre exposições, concertos, shows, mostras de filmes, lançamentos de publicações, cursos, oficinas, congressos, seminários, palestras, entre outros tipos de eventos e atividades.

V Semana do Bibliotecário - 10 a 16 de março‏!


V Semana do Bibliotecário, Florianópolis - SC.
De 10 a 16 de março‏!

A programação está publicada no site da ACB - http://www.acbsc.org.br/