20 de julho de 2010

Inspiração com Tarsila: Coordenação de cores!

Sou a favor que todo mundo exercite o olhar para que tudo em volta possa render inspiração.
Tudo pode render: cores de um filme, formas de um letreiro, o que inspirou uma fotografia – um clima, um lugar, um sentimento… vai saber! E o que essas coisas despertam na gente. Um monte de coisas chamam a nossa atenção, e se a gente transformar essa atenção em “criação”, daí a coisa rende. Tipo, Clarice Lispector tem me feito ter vontade de ser todo dia um pouco mais mulher


Outra que me inspira é Tarsila do Amaral. Ela foi uma artista muito importante pra gente aqui no Brasil porque em tudo queria reforçar sua origem, e assim foi. Tarsila estudou em Paris e vivia viajando, mas em tudo que fazia deixava bem clara a sua essência, e essa essência tinha super a ver com o lugar de onde ela vinha! Nas pinturas de Tarsila existem árvores, gente, coisas simples do cotidiano, muitas cores, simplicidade com carga emocional e conteúdo denso, que enche os olhos. O Brasil registrado por Tarsila é lindo, cheio de paisagens bonitas de se ver – você quase sente uma brisa bater quando vê, sabe como?



E se Tarsila se deixou influenciar tanto pelo seu meio, se o “em volta” foi tão importante no seu repertório de imagens, as cores não tinham como não aparecer. Toda a sua produção é super colorida, alegre, e cada espaço da tela é preenchido com um tom que pode, à primeira vista, não pertencer ao “conjuntinho”, mas que no todo faz um super sentido. Mesmo básica, ela é básica com cor! Com muitas cores juntas, diferentes e com tons próximos, que aparecem aos montes quando há mais detalhes nas visões de Tarsila. Ao mesmo tempo, quando a forma é super importante, a cor ainda aparece (forte!), como suporte pra deixar essa forma brilhar!



Nessa idéia de tirar inspiração de tudo, super tem como relacionar Tarsila e sua história (e suas obras) com a nossa (possível) motivação. Tarsila, junto com um grupo de amigos, propôs “digerir” a cultura européia até que o resultado de tanta “mastigação” fosse bem brasileiro. Então as referências vêm de fora, mas se enriquecem de figuras bem familiares: bichinhos, florzinhas, casinhas, frutinhas. Na figuração de Tarsila a gente encontra lugar pras nossas estampas, pras nossas formas, pras nossas vidas.


Mas Tarsila era feminina, e, tipo a gente, no fim do dia queria mesmo era estar bonita e impressionar/conquistar. Então em tudo, mesmo nas imagens mais elegantes, a artista usa formas arredondadas, corações, cores femininas e degradês suaves – não porque isso impressiona mais, mas porque, muito provavelmente, Tarsila era tão romântica quanto qualquer mulher do nosso grupo de amigas de hoje.






Saudade!

Nossa, qto tempo sem postar!
Estou me dedicando a outras atividades e o blog acabou ficando de lado... :(
Vou tentar ser mais assídua daqui pra frente!

Bjos!