28 de maio de 2009

Exposição fotográfica das bibliotecas da Europa Ocidental "Temples du Savoir"‏

O fotógrafo turco Ahmet Ertug retratou as bibliotecas mais antigas da Europa Ocidental. Ele inaugurou recentemente uma exposição na Biblioteca Nacional da França intitulada "Temples du Savoir", com dezenas de fotografias feitas em varias partes da Europa, como a Prússia, Portugal e Irlanda. A mostra vai até o dia 12 de julho.

Vejam as fotos:

http://www.lefigaro.fr/photos/2009/05/07/01013-20090507DIMWWW00539-temples-du-savoir.php
http://www.ahmetertug.com/index-gallery-arch-libraries.html

12 de maio de 2009

BABEL BIBLIOTECÁRIA

No princípio Deus criou o bibliotecário. Disse Deus: "fundabibliotecas por todo o mundo, seleciona os documentos de melhor qualidade,organiza a informação, presta serviços de excelência e vela pelo interessedos usuários.

Mantém atualizado o catálogo e confortável a sala de leitura, porémnão escutes a Voz das Trevas, porque se o fizeres te confundirás edesaparecerás como profissional".

O bibliotecário fez tudo quanto Deus lhe pediu. Ergueu bibliotecas embelos edifícios e nelas colocou todo tipo de documento criado pelo homempara registrar a informação: tabuletas de argila, rolos de papiro oupergaminho, tábuas de pergaminho ou papel, livros, revistas, diários eboletins impressos e toda a gama de documentos iconográficos, audiovisuais,tridimensionais e legíveis por computador, incluindo aqueles disponíveis naInternet.
Inventou e reinventou o catálogo (e com ele a recuperação dainformação), que evoluiu desde as antigas bibliotecas sumárias até asbibliotecas ciberespaciais. O mesmo sucedeu com múltiplas ferramentas emétodos de trabalho: normas de catalogação, sistemas de classificação, vocabulários controlados, a análise por facetas e a indexação pré epós-coordenada, o serviço de referência e o de circulação, incluindo oempréstimo interbibliotecário e a comutação bibliográfica.

Capacitou as pessoas em todo o necessário para acessar a informação.Adotou normas de qualidade e definiu indicadores de desempenho específicospara as bibliotecas, com o fim de avaliar e melhorar seus processos,produtos e serviços. Para tudo ele utilizou a tecnologia de ponta disponívelem cada época e em cada lugar, desde a punção requerida para a escritacuneiforme até o computador e as telecomunicações do século XXI.

Ergueu sua voz contra a censura e em defesa do direito de todos àinformação. Elevou sua carreira aos mais altos níveis universitários,convertendo-a em uma profissão útil, nobre e digna. Entretanto numa manhã, enquanto o bibliotecário realizava suas tarefashabituais, ouviu uma voz rouca e tenebrosa que lhe chamava: "Vem,aproxima-te". O bibliotecário voltou a cabeça e percebeu entre incrédulo esurpreso, a visão de uma árvore seca e retorcida, de negro tronco e negrosramos.

A voz insistiu: "Vem, aproxima-te". Temeroso, mas cheio de curiosidade, o bibliotecário se aproximou comprecaução. Uma sensação sobrenatural se apoderou dele e o negro manto danoite cobriu o local, em pleno dia.

"Vem, aproxima-te, não tenhas medo" - voltou a escutar.

"É a Voz das Trevas?" - perguntou o bibliotecário com ingenuidade."Deus me recomendou que não te escute".

"Não digas bobagens; dialoguemos e verais que esta conversa teinteressa" - disse a Voz.

O bibliotecário se aproximou da estranha planta, o suficiente para veras víboras que se arrastando pelo solo começavam a enroscar-se no tronco.

"Quem é?" - perguntou intrigante a Víbora Primeira, mostrando suavenenosa língua de duas pontas.

"Sou o bibliotecário" - respondeu este com segurança.

"Ha, ha, ha!... Pobre... Em que mundo vive? Não sabes que agora techamas documentalista?".

"Que estás dizendo?" - interveio a Víbora Segunda - "o correto éespecialista da informação ou cientista da informação".

"Gestor de informação, querida, os outros termos já eram" -interrompeu a Víbora Terceira.
"Melhor em inglês, information manager" - opinou a Víbora Quarta - "ese for chefe: "chief information officer" ou "CIO".

"Eu prefiro gestor do conhecimento, knowledge manager ou chiefknowledge officer" - ajuntou a Víbora Quinta com ares de sabe-tudo.

"Mas com esses títulos, ninguém vai saber quem eu sou e o que faço".-protestou o bibliotecário".

"Precisamente, disso que se trata" - informou-lhe a Víbora Sexta -"todo mundo se perguntará o que é que faz essa pessoa, e como ninguém gostade passar por ignorante, limitar-se-ão a dizer... Ahhh! Que interessante!".

"Bibliotecário!" - debochou com desprezo a Víbora Sétima - "Nãoexistes! Desapareceste com o meteoro que extinguiu os dinossauros!".

Ressoavam ainda em sua mente as risadas de zombaria dos répteisinterlocutores, quando o bibliotecário se deu conta de que, repentinamente,a visão havia desaparecido. Invadido pelo temor, se ocultou entre asestantes do depósito.

Dali escutou a voz de Deus que lhe chamava: "Bibliotecáááááaáááário, onde estás?... Que fazes aí?... Por que teescondes?".

"Porque me dá vergonha que me vejam nesta profissão de idiota quetenho" - respondeu o bibliotecário, sem atrever-se a levantar a cabeça dosolo.

"Quem te fez pensar que é uma profissão de idiota? Acaso prestasteatenção á Voz das Trevas?" - perguntou Deus.

"As víboras me chamaram com insistência e não pude evitar..." -murmurou covardemente.

Então, Deus se enfureceu com o bibliotecário e pronunciou seu severocastigo: "Por haver escutado a Voz das Trevas viverás para sempre na confusão efalta de identidade. Tirar-te-ão a Direção da Biblioteca que será ocupada por outrosprofissionais, ainda que não saibam nada a respeito, enquanto o público seráatendido por um empregado administrativo que ganhará mais que tu.

Tu te ocuparás dos processos técnicos, e todos te farão sentir que"somente serves para fazer fichas". Quando solicitares um ajudantecatalogador, te enviarão pessoal de baixa qualificação, em tratamentopsiquiátrico, e nunca te comprarão um tesauro atualizado. Em média, ganharásum salário de fome e nunca conseguirás um estatuto profissional que teproteja".

"Qualquer um virá e te dirá: "não se diz usuário, e sim, cliente" e tuo repetirás como um papagaio, ainda que tenhas deixado a vida parasatisfazer ao usuário. Ou te dirão: "o paradigma da biblioteca não é aconservação mas o acesso" e tu te impressionarás com a frase, embora tenhaspassado séculos facilitando o acesso.

Teu lugar de trabalho será chamado centro de documentação, centro demateriais didáticos, centro de informação ou centro de gestão doconhecimento, e quando a confusão entre todas estas organizações - que nofinal fazem a mesma coisa - for incontrolável, então as chamarás unidades deinformação ou UI.

E é claro, a sociedade não será capaz de diferenciá-las e continuarãochamando-as biblioteca".

"Víboras nacionais e estrangeiras proporão cursos inúteis nos quaisaprenderás apenas que catalogação se chama agora representação descritiva oudescrição bibliográfica e que a classificação passou a ser organização doconhecimento; termos desconhecidos para coisas que tu mesmo inventaste.

Além de ser confundido, pagarás estes cursos a preço de ouro e sairásdeles sabendo o mesmo que sabias antes de inscrever-te".

"Porei inimizade entre os bibliotecários universitários e os debibliotecas públicas e farei proliferar os cursos de Biblioteconomia de 1 a5 anos, onde todos levarão aos mesmos cargos e salários, assim permanecerãoeternamente divididos e frustrados. Jamais conseguirás estar de acordo comoutro bibliotecário".

"Até que chegue o dia em que avalies seriamente tua profissão e tuaprópria terminologia, avalies a ti mesmo e aos numerosos bibliotecários quetêm oferecido sua criativa contribuição para que, durante milênios, os sereshumanos tenham podido acessar a informação. Então, se assim o fizeres ecompreenderes, eu te perdoarei".

Tradução para português por Maria das Mercês Apóstolo.

Revisão por Marcelo Silveira.

Este texto é anônimo e foi lançado na Rede em espanhol por Ana María Martínez Tamayo.

La Plata, 1 de marzo de 2001.

Texto original:

http://www.bnjm.cu/librinsula/2004/mayo/18/documentos/documento52.htm

6 de maio de 2009

Brasil já é 13º em produção de artigos científicos no mundo!

O Brasil subiu duas posições no ranking de número de artigos científicos publicados em 2008 e já ocupa a 13a posição.
Em 2007, o país estava no 15o lugar, atrás da Holanda e da Rússia, países que foram ultrapassados este ano. Os dados foram divulgados hoje (05/05) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e constam da estatística realizada pela empresa Thomson Reuters, que contabiliza anualmente os números de trabalhos científicos publicados em 200 países.
O Brasil passou da 22a posição no ranking, atingida em 2000, para o a 15a em 2007, até conseguir a atual colocação. No ano retrasado, foram publicados 19.436 artigos brasileiros, que chegaram a 30.415.
Haddad disse que a melhora foi alcançada graças ao trabalho conjunto entre os ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação. Ele citou outros fatores que resultaram na melhora da produção científica nacional, como a substituição de professores temporários por mestres efetivos, a instalação de laboratórios e equipamentos nas universidades e a expansão das bolsas de mestrado e doutorado.
"Nós estamos vivendo um momento no país que foi possível, de um ano para outro, aumentar em 50% a produção científica brasileira, em periódicos indexados por agência internacional. Dos países de ponta, é o que proporcionalmente ampliou mais a produção científica", disse o ministro.
Segundo ele, a expectativa é aprovar R$ 150 milhões em recursos para financiar este ano projetos de incentivo à produção científica-tecnológica, aplicada à produção. Haddad participou, no Rio de Janeiro, da Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências, que este ano homenageou os cientistas Charles Darwin e Galileu Galilei.
O ranking da Thomson Reuters dos 20 primeiros países em número de artigos científicos em 2008 é o seguinte: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Inglaterra, França, Canadá, Itália, Espanha, Índia, Austrália, Coréia do Sul, Brasil, Holanda, Rússia, Taiwan, Suíça, Turquia, Polônia e Suécia.
Agência Brasil
Fonte: