29 de junho de 2009

Leitura facilitada!

Pesquisadores da USP desenvolvem prancha de leitura acoplada a lupa para uso de pessoas com visão subnormal. Projeto teve apoio dos programas PIPE e PAPI, da FAPESP (foto: divulgação)


Agência FAPESP – Um prancha de leitura acoplada a uma lupa, destinada a pessoas com baixa visão, foi criada por pesquisadores da Bonavision Auxílios Ópticos, empresa incubada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP).

O produto mantém fixos a linha de leitura e o foco, proporcionando conforto em leituras prolongadas realizadas por pessoas com faixa de visão subnormal, termo utilizado para descrever a visão remanescente em indivíduos que sofrem de patologias como diabete, catarata ou glaucoma. Esse comprometimento da função visual impossibilita afazeres habituais mesmo após tratamento ou correção dos erros refrativos com o uso de óculos ou lentes de contato.

O desenvolvimento contou com apoio da FAPESP por meio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI).

“A visão subnormal compreende indivíduos com acuidade visual corrigida entre 0,05 e 0,3 no melhor olho, ou seja, que enxergam em um campo de visão entre 5% e 30%, porcentagem que atinge cerca de 3/4 de todos os deficientes visuais do país”, disse José Américo Bonatti, coordenador do projeto e pesquisador da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, à Agência FAPESP.

Calcula-se que o número de portadores de deficiência visual chegue aos 4 milhões de pessoas no Brasil, sendo 3 milhões com visão subnormal, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Acuidade visual é o grau de aptidão do olho para discriminar detalhes espaciais, ou a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.

Essa capacidade discriminatória é atributo das células fotossensíveis da retina, sendo que a acuidade visual não corrigida é medida sem a ajuda de óculos ou lentes de contato, enquanto a corrigida, considerada a mais relevante avaliação da saúde ocular, utiliza esses auxiliares em sua medição.

Segundo Bonatti, o produto, que está sendo vendido pela Bonavision a R$ 390, é dotado de uma lupa asférica de alto aumento e grande diâmetro que permite ver palavras inteiras. Com ajuste de foco individualizado, a lupa tem poder de refração de 28 dioptrias e 5 centímetros de diâmetro, proporcionando ampliação da imagem em cinco vezes e meia. A prancha é inclinada a 45 graus, reduzindo o esforço cervical e do tronco na leitura.

Ao utilizar a prancha, o usuário precisa apenas segurar o anel deslizante para movimentar a lupa no sentido horizontal enquanto lê ou escreve. Quando quiser ler as linhas superiores ou inferiores, basta movimentar o trilho metálico no sentido vertical.

“Esse acoplamento facilita a leitura, pois, quando o portador de baixa visão utiliza uma lupa manual comum, precisa segurá-la todo o tempo para manter o foco da lente e a linha horizontal de leitura”, disse.


Leitura inclusiva

Bonatti explica que uma das principais vantagens do produto é permitir que o aluno com deficiência visual possa acompanhar o mesmo material de leitura que está sendo lido pelos colegas de classe. E, quando precisar interromper a leitura, pode deixar a lupa imóvel para, em seguida, retornar rapidamente ao mesmo ponto do texto.

“Essa diferença é fundamental em relação às lupas não acopladas porque o usuário não perde a referência no texto. Isso pode se tornar complicado quando se pensa em um aluno deficiente visual que não consegue acompanhar seus colegas, podendo comprometer o aprendizado”, apontou.

“Nossa expectativa é que escolas e bibliotecas tenham uma prancha de leitura como ferramenta de inclusão social. Lembrando que todas as escolas do país são obrigadas a aceitar o deficiente visual e educá-lo da mesma maneira que os outros alunos. É preciso apoiar a educação inclusiva, que deve proporcionar equipamentos adequados para que os estudantes deficientes possam ter acesso ao mesmo material de leitura”, disse Bonatti.

Segundo ele, o fato de a lupa ficar acoplada ao trilho pode ajudar também pessoas idosas com problemas motores. “Sabemos que a leitura se constitui em uma atividade fundamental para o lazer dos idosos que, ao perder o ponto da leitura sucessivamente, têm reforçada a sensação de incapacidade e podem tender a desistir da leitura”, disse.

O desenvolvimento do produto contou com pesquisa sobre os equipamentos de referência ópticos e não ópticos para visão subnormal disponíveis no país, quando foram verificadas as principais necessidades dos portadores de visão subnormal em relação aos equipamentos existentes e ao exercício de suas atividades diárias.

O trabalho envolveu uma observação participativa junto a pacientes do Serviço de Visão Subnormal da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Foi constatada uma preferência pelo uso das lupas em relação aos óculos na visão subnormal moderada e grave e também foi verificado que segurar as lupas é uma atividade cansativa, sobretudo entre os idosos.

Em seguida, o protótipo do produto foi testado no Hospital das Clínicas da FMUSP com 9 pacientes com visão subnormal, em comparação com o uso de uma lupa manual semelhante, considerando-se os seguintes parâmetros de avaliação: causa da doença, acuidade visual corrigida no melhor olho para longe e impressão pessoal do paciente comparando prancha de leitura e lupa teste.

De acordo com os resultados do estudo, publicado nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 5 pacientes preferiram a prancha de leitura acoplada à lupa e dois optaram pela lupa manual. “A maioria dos pacientes avaliados preferiu a prancha por esta proporcionar a estabilidade da linha de leitura. Apesar de a amostra de pacientes ser pequena, ela tem um significado importante do ponto de vista qualitativo”, disse Bonatti.
29/6/2009 - Por Thiago Romero.

Para ler o artigo Avaliação de pacientes utilizando equipamento inovador de auxílio à visão subnormal, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

Mais informações sobre os produtos da Bonavision http://www.bonavision.com.br/.

19 de junho de 2009

Google aprimora busca e partilha de livros‏!

A pesquisa de conteúdo do Google Books recebeu uma série de novos recursos, ontem (18).
O serviço de livros virtuais da companhia, agora, além de reconhecer trechos de livros de domínio público na busca, mostra mais contextos sobre a publicação e uma imagem prévia da página. O mesmo vale para revistas. A diferenciação, ou customização, é feita na hora da pesquisa.
O Google Book Search também ganha um “Thumbnail View” na barra de ferramentas, que permite uma visão geral e ampla dos resultados por meio de ícones. Ao clicar neles, o direcionamento ao conteúdo é imediato.
Outras mudanças sensíveis ocorreram no modo de leitura. Com os novos botões, o usuário, desde ontem, consegue navegar de maneira mais fluente de uma página para outra, pular capítulos e escolher a visualização que mais agrada - dentre elas, a HTML, o modo de texto mais simplificado.
Os trechos preferidos de cada leitor virtual podem ser “embebidos” em outras páginas ou inseridos em uma URL, segundo o blog do serviço do Google. A idéia é fazer com que os internautas compartilhem suas leituras tão facilmente como fazem com os vídeos do YouTube.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/internet/google-aprimora-busca-e-partilha-de-livros-19062009-4.shl

Obs.: Se você ainda não viu, não deixe de ver. Está um show. http://books.google.com/

18 de junho de 2009

Tesouro brasileiro na internet

Agência FAPESP - Foi lançado oficialmente, na última terça-feira (16/6), o projeto Brasiliana Digital, que disponibilizará pela internet, com acesso livre, a coleção de cerca de 40 mil volumes da Biblioteca Guita e José Mindlin, doada à Universidade de São Paulo (USP) em 2006, além de outros acervos da USP.
A versão inicial, que já está funcionando, oferece acesso a 3 mil documentos da coleção reunida por Mindlin ao longo de mais de 80 anos. O lançamento do projeto, realizado em conjunto com uma homenagem ao bibliófilo, ocorreu durante a cerimônia de abertura do seminário Livros, Leituras e Novas Tecnologias, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital paulista.
"Desde que comecei a coleção, já sabia que a biblioteca não podia ser para sempre um patrimônio particular. Estava claro que éramos depositários e formadores desse conjunto, mas sem o viés da propriedade. Como toda minha família tem forte relação com a USP desde a década de 1930, quando entrei no curso de Direito da universidade recém-inaugurada, não tive dúvidas sobre a escolha da instituição para a qual deveria doar esse patrimônio", disse Mindlin.
A fase piloto de implantação do projeto conta com apoio da FAPESP, por meioda modalidade Auxílio a Pesquisa - Regular. Os recursos fornecidos pela Fundação permitiram a compra de um sistema integrado de digitalização robotizada de livros encadernados.
"O robô foi adquirido em janeiro e neste primeiro semestre parte da nossa equipe foi para os Estados Unidos receber treinamento para operá-lo. Há sete semanas estamos trabalhando com ele. O robô permite digitalizar cerca de 2,4 mil páginas por hora, o que equivale a cerca de 40 livros por dia", disse Pedro Puntoni, professor do Departamento de História da USP e coordenador da Brasiliana Digital, à Agência FAPESP.
A Biblioteca Guita e José Mindlin reúne diversos tipos de livros, folhetos e manuscritos sobre assuntos brasileiros. "O acervo cobre áreas como literatura, prosa e poesia, história, relatos de viagens, crítica literária, ensaios, filologia, dicionários, obras de cronistas, história natural, botânica e zoologia.
Nem tudo está em português, mas tudo diz respeito ao Brasil", explicou Puntoni. Segundo ele, o projeto permitirá aliar a conservação das obras - muitas delas com vários séculos de existência - e a universalização do acesso a elas. "O governo brasileiro, em suas três esferas, tem investido muito em inclusão digital, que deverá aumentar imensamente a parcela da população brasileira com acesso à internet.
A Brasiliana Digital dará acesso a esse acervo riquíssimo, preservando-o ao mesmo tempo", afirmou. O historiador explicou que ainda não há previsão do tempo necessário para adigitalização integral do acervo doado por Mindlin. Mas, com a tecnologia dedigitalização avançada e um sistema de gestão de informação adequado, a equipe está pronta para ampliar o ritmo do projeto.
"Como o prédio no qual o acervo será instalado ainda não está pronto, não pudemos ainda definir a dinâmica do processo. O robô, apelidado pela equipe de Maria Bonita, é operado por conservadores. Quando lidamos com um livro doséculo 16, por exemplo, temos que diminuir o ritmo. Estamos ainda aprendendo a lidar com o equipamento", disse.
O projeto recebeu da FAPESP até o momento cerca de US$ 980 mil, usados para a compra do robô e apoio a 15 bolsistas. Segundo Puntoni, a equipe envolvidacom o projeto tem cerca de 30 integrantes, entre pesquisadores, bibliotecários, analistas e programadores.
A base do projeto Brasiliana Digital, segundo Puntoni, é o projeto Brasiliana USP, coordenado por István Jancsó, do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP.
"A Brasiliana USP é um projeto da reitoria da USP que permitirá o acesso para pesquisa e ensino da maior coleção de livros e documentos de e sobre o Brasil custodiada por uma universidade em escala mundial, tornando-a disponível na internet", explicou Puntoni.
Para abrigar o acervo doado por Mindlin e a nova sede do IEB, a Brasiliana USP está construindo um edifício com cerca de 20 mil metros quadrados no centro da Cidade Universitária, em São Paulo. O projeto foi desenvolvido pelos arquitetos Eduardo de Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb, com a assessoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.
"O contrato com a construtora prevê o prédio pronto no fim de outubro, incluindo toda a parte estrutural, como ar-condicionado, cadeiras do auditório, elevadores, etc. A partir daí será preciso trabalhar na instalação de equipamentos, sistemas de segurança e no acabamento.
Acreditamos que em 2010 o novo prédio estará operacional", disse Puntoni.
A parte do prédio onde ficará o IEB, no entanto, deverá levara proximadamente mais dois anos para ser finalizada. "A parte da construção voltada à coleção Mindlin foi privilegiada, para podermos trazer logo o acervo. Precisaremos ainda levantar recursos para a finalização da outra parte", disse.
Integração digital segundo Jancsó, a concepção básica do projeto Brasiliana USP parte da ideia de criar uma estrutura de conservação de uma parcela do patrimônio cultural da nação, que é a Biblioteca Guita e José Mindlin.
"A partir daí, poderemos investir na conservação do extraordinário acervo documental guardado pela USP. A universidade tem, em suas bibliotecas, cercade 6,5 milhões de livros. Tudo isso hoje está à disposição dos interessados quase que exclusivamente mediante acesso presencial", disse.
A ideia do projeto, segundo Jancsó, é contribuir para a conservação de todo o acervo da USP por meio da constituição de um centro de formação de restauradores que levará o nome de Guita Mindlin - a esposa de José Mindlin, morta em 2006 aos 89 anos, pioneira nas ações de restauro de livros e documentos no Brasil. "Por outro lado, é papel da universidade pública fazer com que a visão patrimonial seja superada e fazer com que esse acervo custodiado pela USP possa estar ao alcance, de modo universal e irrestrito, a todos os brasileiros interessados", afirmou.
De acordo com Jancsó, os acervos do IEB e da Biblioteca Guita e José Mindlinsão complementares e, juntos, deverão formar a principal coleção existente de livros e documentos voltados aos estudos brasileiros.
"A construção desse prédio no centro da USP resgata a ideia de que essa universidade foi criada para pensar o Brasil", disse.
Jancsó conta que a USP investiu R$ 15 milhões para a construção do novo prédio e o projeto captou mais R$ 18 milhões junto a fundações e recursos provenientes de mecanismos de renúncia fiscal. Já os recursos da Brasiliana Digital foram integralmente fornecidos pela FAPESP. "Agora, conseguimos autorização para captar mais R$ 11 milhoes pela lei Rouanet, para finalizar a obra. E vamos ter que buscar mais recursos. A obra é do tamanho do projeto", destacou.
O site Brasiliana USP reúne informações sobre o projeto, sobre a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin e Brasiliana Digital, com destaques como o primeiro livro impresso no Brasil (A Relação da Entrada[...], por Antonio Isidoro da Fonseca), cenas da vida urbana de Jean-Baptiste Debret (1768-1848) e o relato do marinheiro Hans Staden (1525-1579), de 1557.
"A edição de 1557 de Marpurg é a verdadeira primeira edição da obra de Hans Staden. Comprei-a encadernada com mais três livros (Varthema, Federman e um romance de cavalaria alemão), numa encadernação de 1558.
A biblioteca possui também uma edição pirata de Frankfurt, provavelmente do mesmo ano, que, não dispondo das matrizes da primeira edição, foi ilustrada com gravuras da viagem de Varthema ao Oriente, sem qualquer relação com o Brasil e com os índios", disse Mindlin.

Brasiliana Digital: www.brasiliana.usp.br/bbd.

Autor: Fábio de Castro.

Data: 18/6/2009.

Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/10650/tesouro-brasileiro-na-internet.htm#

5 de junho de 2009

Conheça o Analista de mídias sociais, um dos cargos que surgiu recentemente, com o boom das redes sociais.

Twitter, Facebook, YouTube, blogs e, claro, orkut. Em um país viciado em redes sociais, ter um trabalho que começa com uma boa olhada em todas elas pode parecer bastante promissor: só no Brasil, segundo dados do Comitê Gestor de Internet, somos cerca de 50 milhões de usuários dessas ferramentas. São espaços nos quais as pessoas buscam se agrupar por interesse e segmentam cada vez mais suas escolhas – o que, para as empresas, os torna ideais para atingir consumidores. E é aí que entra o cargo de Analista de Mídias Sociais. Em parceria com uma equipe de marketing, dentro de uma empresa ou agência, ele é a pessoa responsável por aproveitar ao máximo o potencial dessas redes.

“Essa é uma função nova, que começou há no máximo três anos”, diz Sergio Sgobbi, diretor de capacitação da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação.“Tem uma grande oferta e há escassez de profissionais e, justamente por ser uma função recente, eleva o nível da remuneração”, acredita. Grande parte dos profissionais que já atua na área é formada em comunicação, mas, como o principal requisito é entender o universo das mídias sociais, qualquer um que tenha interesse na área, em tese, pode se capacitar para a função “A primeira tarefa do analista é ver se o que a empresa pensa de si é coerente com o que estão falando dela nesses canais”, explica Edney Souza, sócio da Pólvora!, agência de comunicação especializada nesse tipo de mídia. “Depois de coletar informações, ele vai perceber qual a relevância da empresa em cada um desses espaços e decidir qual o melhor nicho para o cliente”, completa. Ou seja, o Analista de Mídias sociais não tenta colocar a marca em todos os espaços possíveis e imagináveis, mas avalia, dentro da proposta passada pelo cliente, qual é a melhor forma de aproximação com aquela comunidade.

No caso da marca de cosméticos Lancôme, o foco foram os blogs especializados e comunidades do orkut. Utilizados pontualmente em algumas campanhas, eles atraíram mais visitantes para o site da empresa por meio de promoções e conteúdo exclusivo. “Esses são espaços que possuem um público altamente fidelizado onde conseguimos inserir a marca exatamente onde as pessoas estão falando dela”, explica Fernando Arrais, da agência Media Contacts, responsável pela campanha. Para o lançamento do perfume Magnifique foram selecionados blogs nos quais houve algum comentário a respeito da Lâncome nos últimos 12 meses. A empresa gostou tanto da campanha que repetiu a dose em um segundo lançamento, de máscara para cílios, investindo em um evento para blogueiras. “Após a ação, em um dia, a pré venda daquele produto sozinha bateu todos os recorde de venda de produtos pelo site da Lâncome no Brasil”, diz Marcia Gonçalves, gerente de Negócios Digitais da empresa.

Os bons resultados fazem com que, cada vez mais, as empresas prestem atenção às comunidades online. Na agência Mídia Contacts, por exemplo, em menos de um ano cresceu em 135% a demanda por serviços envolvendo mídias sociais.

O dia-a-dia

A taxa de retorno dos usuários às comunidades é muito grande se comparada a outros sites. De acordo com Arrais, uma pessoa comum acessa cerca de oito vezes por dia o orkut ou 25 vezes o twitter, por exemplo, o que faz com que o Analista tenha que ficar sempre de olho para agir o mais rápido possível. Felipe Braga, contratado este ano pela administradora de saúde Divicom, sabe bem disso. “Todos os dias tenho que entrar e ver se o site está no ar, conferir todos os comentários, responder em alguns casos dando informações e nunca censurar as críticas”, explica.

Sua função é identificar nichos, criar e acompanhar as novas ferramentas e, depois, ajudar os diferentes departamentos da empresa a manterem o conteúdo. Atualmente, ele gerencia um blog, um wiki e um canal no YouTube e, graças ao monitoramento de interesse dos internautas, conseguiu atingir bons resultados. Em janeiro, após uma pesquisa utilizando o Google trends, Braga percebeu que na época do Carnaval havia um aumento da procura por viagens para idosos, e recomendou que fosse feito um post sobre o assunto. “Dobramos os acessos diários e duas semanas antes do feriado éramos o 1º do Google se alguém digitasse uma combinação simples de palavras como idosos, viagem e carnaval’”, diz. O sucesso levou a parcerias com empresas de turismo interessadas na visibilidade do blog da empresa.

A inteligência em SEO e o domínio de ferramentas de monitoramento são só algumas das características procuradas na hora de designar alguém para o cargo. Pessoas dinâmicas, familiarizadas com o ambiente das mídias sociais, usuárias, e que tenham conhecimento mínimo de programação costumam se dar melhor. “Buscamos pessoas com tato e presença em redes sociais, que tenham blog, twitter, orkut, LinkedIn, e capacidade de produção de conteúdo: texto, áudio, vídeo, foto.”, diz Edney, da Pólvora!. E completa: “Falta no mercado gente para fazer isso. Quem tem preparo acadêmico não tem maturidade em mídias sociais, acham que é besteira.”

Cargo: Analista de Mídias Digitais
Salário: Entre 1,2 mil e 4 mil reais, dependendo da experiência
Locais: agências de publicidade e empresas

http://info.abril.com.br/professional/carreira/no-rastro-das-midias-sociais.shtml?4