21 de dezembro de 2009

licação de livros sem burocracia e o acesso a informação!

Surge e procura fixar uma opção para o livre acesso à informação.
No site “Publique seu livro” existe a possibilidade de publicar sua(s) obra(s) sem precisar passar pela maratona para conseguir o aval de uma editora, principalmente para que não é um escritor conhecido.
Claro que nem tudo é perfeito, pois a parte de divulgação necessita do total e isolado empenho do autor, mas o sistema é interessante. Após cadastro gratuito no site, o autor envia a obra escrita em arquivo PDF, já com toda a diagramação, pronto para ser impresso. Coloca o preço da obra, sua parte em direitos autorais por exemplar, e o preço final do livro para o consumidor. Pronto, seu livro já está à disposição na “vitrine” virtual.
Quando algum interessado se interessar e decidir comprar seu livro, a empresa encaminha apenas o exemplar solicitado para que seja impresso, conforme pedido do cliente. Assim, evitam-se gastos desnecessários com tiragem de exemplares. Como dito anteriormente, o autor fica responsável pela divulgação, mas pelo menos já vence a parte de publicação.
Logicamente existem opiniões divergentes sobre o assunto, o que é natural, mas é inegável que o processo se torna um meio alternativo de disseminação da informação, respeitando a propriedade intelectual do autor, e minimizando o tempo entre a conclusão da obra e de sua publicação.
Veremos no que vai dar...
Olá Colegas!!

Informação sobre o concurso público para modernização das bibliotecas públicas, para quem ainda não ficou sabendo.

O projeto visa selecionar 100 (cem) propostas de modernização de bibliotecas públicas municipais provenientes de municípios de até 20.000 (vinte mil) habitantes.

Segue os links:

http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2009/12/edital-de-modernizacao-de-bibliotecas-publicas-2009-versao-final-3010091.pdf

http://www.cultura.gov.br/site/2009/12/15/edital -mais-cultura-de-modernizacao-de-bibliotecas-publicas-municipais/


Fonte e colaboração: Roseli Venâncio. Blog "Bibliotequices e afins.

Disponivel em: http://bibliotequiceseafins.blogspot.com/2009/12/bibliotecas-remodeladas.html .

12 de dezembro de 2009

24ª Feira do Livro de Florianópolis!

Natal esta chegando e a Câmara Catarinense do Livro esta preparando uma surpresa para quem passar no Largo da Alfândega do dia 09 á 20 de dezembro de 2009, das 10 às 21 horas de segunda á sabado e aos domingos das 13:00 ás 20:00hs, a 24ª Feira do Livro de Florianópolis.
Será uma grande festa Literária com uma programação especial voltado para o Natal, haverá apresentações de corais, grupo de flautistas, Boi-de-Mamão ,Jazz, Ternos de Reis, com entrada franca.
Venha e confira as variedades de obras Literárias e compre Livros para dar de presente de Natal, pois junto com eles você vai oferecer cultura, conhecimento e sabedoria.
Confira a Programação:
09 de dezembro - quarta-feira 10:00hs - Abertura dos Estandes19:00hs - Abertura Oficial com Autoridades Convidadas e Grandiosa Apresentação com o Coral JOVEM ELDORADO, composto por 80 Vozes.
10 de dezembro - quinta-feira 10:00hs: Abertura dos Estandes19:00hs: Apresentação Cultural com o Coral Ítalo Brasileiro.
11 de dezembro - sexta-feira 10:00hs: Abertura dos Estandes 19:00hs: Apresentação Cultural com Terno de Reis com o Grupo FAMÍLIA MACHADO.
12 de dezembro - Sábado 10:00hs: Abertura dos Estandes19:00hs: Apresentação Cultural com SOCIEDADE MUSÍCAL FILARMONICA COMERCIAL.
13 de dezembro - domingo 13:00hs: Abertura dos Estandes19:00hs: Apresentação Cultural com DUETO DE JAZZ.
14 de dezembro - segunda-feira 10:00hs: Abertura dos Estandes19:00hs: Apresentação Cultural com a Banda Natalina SHOW E ARTE.
15 de dezembro - Terça-feira 10:00hs: Abertura dos Estandes16:00hs: Apresentação Cultural com GRUPO SOM DA VIDA, um projeto da AEBAS.
16 de dezembro - Quarta-feira 10:00hs: Abertura dos Estandes19:00hs: Apresentação Cultural Folguedo do Boi de Mamão com o Grupo FILHOS DA TERRA.
17 de dezembro - Quinta-feira 10:00hs: Abertura dos Estandes19:00hs: Apresentação Cultural CORAL JOVEM ELDORADO.
18 de dezembro - sexta-feira 10:00hs: Abertura dos Estandes19:00hs: Apresentação Cultural, folguedo de Boi de Mamão com o Grupo FILHOS DA TERRA.
19 de dezembro - sábado 10:00hs: Abertura dos Estandes19:00hs: Apresentação Cultural com DUETO DE JAZZ.
20 de dezembro - Domingo 13:00hs: Abertura dos Estandes18:00hs: Encerramento da Feira com o Coral BOM JESUS DE NAZARÉ.

OBS: Programação sujeita a alterações.

18 de novembro de 2009

Passado amarelo!

Periódicos e obras raras apodrecem nas prateleiras da Biblioteca Pública!

A Biblioteca Pública de Santa Catarina conjuga o verbo faltar. Basta um rápido passeio pelo prédio de três andares, localizado no Centro de Florianópolis, para constatar que a instituição de 155 anos sofre com falta de espaço, falta de climatização, falta de funcionários, falta de indexação de periódicos, falta de digitalização do acervo e, para completar, falta segurança. Mas sobram informação, relíquias da literatura e boa vontade dos bibliotecários.

O primeiro e o segundo andar têm fácil acesso. É onde estão as obras didáticas (setor bastante requisitado por candidatos de concursos públicos), o acervo em braile, livros de literatura, jornais do dia e revistas da semana. No terceiro andar, o quadro é desolador. Mais de 18 mil exemplares de todos os jornais que já circularam por Santa Catarina desde 1854 estão em deterioração.

Imagens do acervo da Biblioteca Pública do Estado.
– É um acervo raro. Não existe em lugar nenhum – diz Élia Mara Magalhães Brites, administradora da Biblioteca Pública. Os jornais estão comprometidos pela ação do tempo, agravada pelas condições inadequadas do prédio.
No andar que abriga a hemeroteca (coleções de jornais, revistas, periódicos e recortes de textos veiculados em diversos tipos de mídias) e o setor de obras raras, o clima se altera entre a umidade do inverno com a elevada temperatura do verão.
O resultado é a proliferação de microorganismos que aumentam a acidez do papel e amarelam as páginas rasgadas pelo manuseio descuidado ou pelo acondicionamento inadequado. São jornais como o Argos, editado a partir de 1850, o mais antigo entre outros títulos que estão guardados. As prateleiras estão quase coladas umas às outras, e há pouca circulação de ar entre exemplares encadernados. No meio do acervo uma bacia junta a água que se infiltra em dias de chuva.
A indexação é outro problema. Pouca coisa está na base de dados e nada digitalizado. Para pesquisar, é preciso manusear originais, o que implica em mais desgaste as coleções. A boa memória dos funcionários é o melhor localizador do material.Quase sem investimentos oficiais a Biblioteca aceita doações de livros e de equipamentos. Praticamente todo o acervo veio da comunidade.
A administradora Élia Mara conta que a instituição recebeu do Tribunal de Justiça 16 prateleiras deslizantes. Só que surgiu um problema: o peso. São quatro toneladas de ferro.– Colocar todo este peso no terceiro andar poderia comprometer a estrutura do prédio – diz Élia Mara.
A Biblioteca está vinculada à Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e a presidente da instituição, Anita Pires, reconhece os problemas, mas diz que há luz no fim do túnel.
– No dia 20 será lançado um edital para contratação da empresa que fará uma reforma no prédiom, no valor de R$ 6 milhões – afirma Anita.

Qua, 18 de Novembro de 2009.
Jacqueline Iensen.

Fonte:
diario.com.br

27 de outubro de 2009

ARTES PLÁSTICAS - Patrimônio na sala de estar!

Incêndio que destruiu obras de Hélio Oiticica volta o foco para acervos de artistas catarinenses!

O incêndio que destruiu quase 90% das obras de Hélio Oiticica guardadas em casa pelo irmão Cesar, na semana passada, no Rio de Janeiro, abriu um debate sobre conservação de acervos deixados por artistas que já morreram.
Em Santa Catarina, expoentes como Hassis, Schwanke, Meyer Filho e Willy Zumblick têm seus trabalhos sob os cuidados das famílias, que, com esforço e muita dificuldade, tentam mantê-los a salvo do tempo e de acidentes como o registrado no último final de semana na casa de Oiticica.
Se dependesse de ações governamentais, provavelmente, boa parte dos trabalhos estariam sob risco. Mas por empreendedorismo das famílias em preservar as obras, as futuras gerações poderão conhecer parte da história das artes plásticas de Santa Catarina.
Quando Hassis morreu, em 2001, parentes do artista viram-se diante de um dilema. Doar as obras ao governo e correr o risco de vê-las se perder ao longo do tempo ou enfrentar o desafio de criar uma fundação que fosse um espaço de exposição permanente.
- Optamos pela fundação para salvaguardar, disponibilizar e conservar o acervo para disseminar a arte - diz Leila Hassis, filha do artista, que administra a Fundação Hassis, localizada no bairro Itaguaçu ,em Florianópolis.
Mesmo assim, iniciativas particulares que resultaram em fundações e institutos, como as que preservam os nomes desses quatro artistas, necessitam de investimentos. E rápido.
O conjunto de obras de Hassis, é uma rica fonte iconográfica que conta a história das artes plásticas de Santa Catarina partir de 1940. Nesse caso, o modelo aplicado pode ser considerado um exemplo de preservação, mas não quer dizer que não precise ampliar a captação de recursos.
- Ele não pintava apenas em telas. Tem obras em caixas de papelão, verdadeiras obras-primas em plástico - explica Leila, lembrando que as pinturas e desenhos em papel requerem um cuidado especial, pois, em função da umidade, desenvolvem fungos.
Conservação das obras exige trabalho minucioso - Sempre que os trabalhos voltam de alguma exposição são retirados logo da moldura e do vidro para não corrermos riscos. Mesmo assim eles precisam de cuidados especiais, embora nosso espaço aqui tenhas todas as condições necessárias para evitar estragos, como climatização e desumidificador - observa.
A Fundação, localizada no andar superior do Museu Hassis, casa em que o artista morou e criou boa parte de suas obras, já realizou desde a sua criação 80 projetos de extensão, inúmeras exposições com obras do acervo e com artistas contemporâneos, além de trabalhos na área de arte-educação.
Apesar da casa que abriga o acervo ter sido toda reformada, a tragédia com a obra de Hélio Oiticica deixou a família em alerta.
- Eu até dei uma olhada em tudo com mais atenção. Não tem como não ficar preocupada, pois além de não termos seguro, não há dinheiro que cubra uma perda assim - diz Leila.
Com uma coleção formada por três mil obras (entre pinturas e desenhos), 15 mil documentos, 8 mil fotos, 360 filmes e uma biblioteca de mais quatro títulos com tudo catalogado e disponível ao público, a Fundação Hassis trabalha agora na digitalização de todo o material para facilitar a consulta e divulgação da obra.
Para dar conta de seus custos, a Fundação Hassis recorre a ações como a adoção de salas por empresas privadas, recursos de editais culturais e leis de incentivo à cultura.


Por Jaqueline Iensen.

Diário Catarinense, 24 out. 2009, Caderno Variedades - p. 4

26 de outubro de 2009

Ediouro terá acervo completo no Google Books!

A editora Ediouro fechou um acordo inédito no Brasil com o Google para digitalizar todo o acervo de 10.100 títulos e disponibilizá-los no site Google Books. O processo começará em novembro e deverá levar cerca de 3 meses até que o catálogo completo esteja disponível no site de buscas de livros.
Segundo Newton Neto, diretor executivo da Singular Digital, divisão responsável pelos projetos digitais da editora, a ideia é que, com a digitalização, mesmo os livros fora do estoque possam ser comercializados em formato digital. "Estamos procurando os autores agora para renovar os direitos autorais para poder vender o formato digital. (A digitalização) vai permitir acabar com o problema do livro esgotado. Também teremos a vantagem de ter todo o nosso catálogo 'buscável' na internet", afirmou Neto.
O Google não terá participação nas vendas dos livros digitais. "O benefício para eles é continuar o projeto de indexar toda a informação do mundo", disse. Mas a Ediouro terá direito a um percentual dos links patrocinados do Google Books que aparecerão junto aos seus livros.

19 de outubro de 2009

Executivo do Google defende projeto de digitalização de livros fora de catálogo!

- Um executivo do Google defendeu nesta quinta-feira a empresa das críticas do governo alemão, dizendo que houve um "mal-entendido" em relação ao projeto "Google Books", que pretende digitalizar milhões de livros e disponibilizá-los online.
- Eu acho que existem muitos mal-entendidos em relação ao Google Books - disse David Drummond na Feira do Livro de Frankfurt - Nós nunca escaneamos obras protegidas na Europa por direitos autorais. Nós reconhecemos que em cada país o serviço final deverá ser diferente. As pessoas acham que nós escaneamos obras protegidas por direitos autorais. Isso não é verdade.
A chanceler alemã Angela Merkel disse neste fim de semana que a internet traz "perigos significativos" para os direitos dos autores.
- Para o governo (alemão) está claro que o direito autoral deve encontrar seu lugar na internet. Por isso nós rejeitamos que livros sejam simplesmente escaneados sem nenhuma proteção de copyright, como está sendo feito pelo Google. Merkel afirmou que o governo vai trabalhar para defender os direitos dos autores na Alemanha. Drummond disse durante a entrevista coletiva que o Google Books usa o princípio americano do "Uso Justo" (Fair-Use).
Um juiz federal dos EUA determinou o dia 9 de novembro como data final para o envio de uma revisão do acordo entre o Google e diversas editoras. O projeto envolve a digitalização de milhões de livros fora de catálogo. O Departamento de Justiça dos EUA se pronunciou no mês passado afirmando que o acordo de US$ 125 milhões "levanta graves preocupações" em relação a leis antitruste.
O Departamento de Justiça também disse que o acordo poderia levar a um aumento de preço uma vez que o Google teria um monopólio sobre o negócio de livros fora de catálogo. Drummond espera que a discórdia seja resolvida em novembro e o acordo acertado com as editoras há cerca de um ano seja aprovado com algumas modificações.
- O acordo traz benefícios público, tornando livros disponíveis para estudantes e outras pessoas
- argumenta ele.
Sex, 16 de Outubro de 2009

1 de outubro de 2009

Disney terá site de livros eletrônicos para crianças!

Brooks Barnes
A Walt Disney espera que um novo e ambicioso serviço digital transforme a maneira pela qual as crianças leem as suas histórias. No que descreve como um momento de definição para o setor ¿ ainda que os rivais certamente estejam céticos a respeito, a Disney Publishing planeja introduzir um novo site de livros por assinatura.

Uma assinatura anual de US$ 79,95 permitirá que as famílias tenham acesso a centenas de livros da Disney em formato eletrônico, de Winnie the Pooh and Tigger Too a Hannah Montana: Crush-tastic!

O site disneydigitalbooks.com, dirigido a crianças de entre três e 12 anos, está organizado por nível de leitura. Na seção "olhe e ouça", para leitores iniciantes, os livros serão lidos por atores, com música de acompanhamento (e cada palavra lida será destacada na tela no momento em que é pronunciada).

Outra área é dedicada a crianças capazes de ler sem ajuda. Se não conhecerem uma palavra, basta clicar para que uma voz a leia em voz alta. Capítulos de livros para adolescentes e jogos de conhecimentos complementam o serviço.

"Para os pais, isso não vai substituir o tempo dedicado a ler histórias para seus filhos", diz Yves Saada, vice-presidente de mídia digital da Disney Publishing. "Acreditamos que é possível existir uma coexistência entre diferentes formatos de leitura".

As editoras já vêm experimentando há alguns anos com livros eletrônicos, no mercado infantil. A HarperCollins dispõe de cerca de mil títulos infantis em formato digital, a Scholastic oferece o BookFlix, um serviço de assinatura para escolas e bibliotecas que combina um livro de histórias em vídeo com um livro eletrônico de não ficção sobre um tema aparentado. Curious George está disponível para os usuários do iPhone.

"Não surpreende que as empresas tentem promover mais assinaturas para seus acervos de conteúdo", disse Margery Mayer, presidente da Scholastic Education, sobre o novo serviço da Disney.

Mas alguns observadores do mercado de livros eletrônicos estão impressionados. "Não é nada parecido com os produtos da Disney que já existem no mercado", diz Sarah Rotman Epps, analista de mídia na Forrester Research que pôde ver uma versão prévia do site. "Eles são os primeiros a dizer que vão oferecer todo o seu catálogo online em um só lugar, para venda direta aos pais".

Ao adotar um modelo de assinatura para o conteúdo online ¿ em lugar de concentrar atividades no download de conteúdo e venda de aparelhos, como a Amazon com o seu Kindle -, a Disney está fazendo uma aposta específica sobre o direcionamento do mercado infantil, ao menos nos próximos três a cinco anos. A decisão pode ter consequências mais amplas nesse segmento do mercado editorial, nem que seja pela dimensão das operações da Disney, que vende 250 milhões de livros infantis ao ano.

"A empresa sente que aparelhos não oferecem uma experiência em nível Disney para as crianças e suas famílias, e concordo com ela quanto a isso", disse Epps.
A Disney Publishing tem aspirações digitais para o segmento de celulares e dispositivos portáteis, no futuro, disse Saada, mas por enquanto se concentrará no site, que foi projetado tendo a segurança como prioridade. Há controles integrados, por exemplo, que dificultam visitas das crianças a porções menos salubres da web.

"Queremos transformar a leitura em algo ainda mais importante na vida de uma criança, e se pudermos fazê-lo de maneira nova e interativa, excelente", disse Russell Hampton, presidente da Disney Publishing.

Mas o ponto central da nova estratégia é promover os negócios. As crianças estão lendo menos, e a Disney, como outras editoras, está batalhando para reverter a tendência.
Robert Iger, o presidente-executivo do grupo, também notificou a todas as divisões da companhia que as mídias digitais terão de propiciar lucros. Já não basta que elas sirvam como uma extensão dos esforços de marketing.

Hampton disse que o site digital da Disney foi projetado de maneira a permitir a posterior inclusão de outros negócios ¿por exemplo, cursos digitais de idiomas. A Disney considera que os serviços de educação podem ser uma área frutífera de crescimento, especialmente no exterior.
Um grande esforço de marketing será lançado para divulgar o site. Três milhões de cartões postais promocionais serão distribuídos em exibições de filmes da Disney, e um componente voltado a sites de rede social tem o objetivo de atingir 14 milhões de mães. Também estão sendo preparadas demonstrações nas lojas da Apple.

Até o momento, a Disney Publishing havia agido apenas esporadicamente no segmento digital, oferecendo alguns títulos voltados ao público jovem para o Kindle e licenciando alguns de seus livros infantis para a LeapFrog, produtora de brinquedos educativos. Cerca de 500 títulos estarão disponíveis no site na terça-feira, e novos títulos serão acrescidos duas vezes ao mês. (A Disney controla um catálogo de milhares de livros.) Haverá conteúdo exclusivo no final do ano. E o site começará a oferecer livros em outros idiomas em 2011.

A empresa testou uma versão do site junto a mil crianças e famílias, meses atrás. As crianças passaram em média três horas no site em um período de cinco dias, diz Saada. Depois de concluir o teste, 76% dos pais disseram que assinariam.

Algumas das crianças participantes tiveram dificuldade para navegar entre os níveis de leitura, porém. Epps também se queixou de alguns "problemas de usabilidade". Hampton diz que os defeitos foram sanados.

"Sempre vai haver certa dose de tentativas e erros quando uma nova dimensão é acrescentada a um negócio", disse.

Tradução de Paulo Migliacci ME
The New York Times
29 de setembro de 2009.

24 de setembro de 2009

5 verdades necessárias sobre a Internet!

Bom, ainda vou continuar a falar um pouco sobre as coisas que circularam na minha cabeça depois do debate da RioInfo.

Existem algumas premissas teóricas para pensarmos sobre o papel da Internet no mundo.
sempre vivemos em redes de conhecimento. Tivemos a rede da fala, a rede impressa (livro industrial), do som (rádio) e da imagem (tevê). A Internet é uma evolução das anteriores, ainda mais horizontal, veloz e com mais alternativas. É a mais complexa criada, até então.

as redes são elementos fundamentais para nossa sobrevivência e sua topologia define as estruturas de poder social. (O novo livro do Castells que saiu fala muito sobre isso). Muda-se a topologia, muda-se, a médio e longo prazo a gestão das instituições, de um modelo de rede mais hierárquica para outra mais descentralizada, o que chamei até de uma nova forma de abordar o problema: Gestão por rede; esse fenômeno, apesar de parecer espontâneo, natural e despertar o encanto, é sistêmico. Não é a primeira vez que as redes mudam sua topografia, não sera a última.
Isso ocorre, a meu ver, toda vez que a quantidade de habitantes e sua demanda informacional é maior do que a capacidade da rede atual em permitir, em tempo hábil, a troca de ideias. Quanto mais formos, mais exigências teremos e mais complexos canais precisaremos para gerar inovação e novos produtos, necessitando, para isso, horizontalizar a rede, eliminando gradativamente intermediários, para abrir novas pontos de troca e reduzir a pressão pela demanda de informação; mudanças topográficas na rede, então, não alteram padrões humanos na relação com outros seres humanos, mudam as cognições, mas não a forma que nos relacionamos com nós mesmos. Ou seja, se apostarmos apenas na revolução social, baseado na tecnologia, teremos novas estruturas de poder renovadas, com novas injustiças, no lugar das antigas. Vale a pena brigar por elas?
Claro que sim, mas são limitadas ao se pensar num cenário maior. Colocaremos mais um rei (Google, no caso, e os poderes agregados que vêm e se aliam com eles - vide China) no mesmo trono, com os nossos antigos novos problemas; as redes sociais na Internet, hoje tão badaladas, não são o primeiro exemplo mundial de colaboração horizontal. A rede social da escrita, do livro impresso, a partir de 1500, que nos possibilitou inventar a academia, por exemplo, tinha também seus links (citações), o somatório de experiências, um grande Orkut do papel, que mudou o mundo com ideias e, depois, produtos.

Vejam o que informa Burke, após o surgimento do livro industrial, o que foi considerado por MacLuhan como a primeira mídia de massa, como todas as outras que vieram depois:
Cerca de três ou quatro milhões de almanaques foram impressos no século XVII na Inglaterra, bem como em Veneza, com quase dois milhões de cópias, resultando, no geral, através do trabalho de 500 editores, na produção de mais de 16 mil títulos com 18 milhões de cópias na Europa. Para comprovar a mencionada "explosão", registra-se que, por volta de 1600, aproximadamente 400 academias haviam sido fundadas apenas na Itália e poderiam ser encontradas por toda a Europa, de Portugal à Polônia. (Uma história social do Conhecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.)

(Aliás, não existe nada mais colaborativo fora da rede do que o fazer acadêmico, com todos os seu problemas).

Não acreditem agora que a colaboração é uma novidade. É apenas mais um movimento necessário, como antes, para que avançássemos enquanto espécie. (Não se iludam!). Ou seja, colaborar na rede (como na academia) não nos levou ou levará a uma nova civilização.

Mas é mais um processo de troca, por necessidade, não por desprendimento, dentro de um novo suporte, a rede da vez.

Ou seja, colaborar é e sempre será utilizado para sanar problemas de sobrevivência informacional e não pode ser encarado de forma alguma como mudança filosófica da condição humana, que exige uma discussão geral e mais funda na nossa natureza, que a rede, infelizmente, não traz com ela, como o livro não trouxe!

Colabora-se por necessidade!

É preciso, assim, urgente, continuar e aprofundar o estudo histórico das rupturas similares das redes no mundo, sem o qual não conseguiremos, nunca, ter a dimensão exata do que estamos passando, pelo que devemos acreditar e que mudanças farão realmente grande diferença para as gerações futuras, incluindo aí uma visão filosofica, mais voltada para a sabedoria no aspecto amplo do que o reducionismo do conhecimento utilitário, como vemos hoje.

Se não for assim, vamos confundir o velho que se atualiza, com o completamente novo.

E o novo que aparece nesse movimento, como algo velho.

Por enquanto, é isso!

Concordas?
Por Carlos Nepomuceno.

Data de Publicação: 17 de Setembro de 2009.

"Não tenhamos ilusões, a internet não veio para salvar o mundo" José Saramago.

20 de agosto de 2009

O FANTÁSTICO MUNDO DE ELI HEIL


Eli Heil começou a pintar e a desenhar em 1962, após uma longa enfermidade que a deixou de cama durante cinco anos. Seu inseparável irmão, Rubens Diniz, lhe havia presenteado com um quadro pintado por um artista amigo. Eli, que jamais havia visto uma pintura em sua vida, responde num impulso incontrolável: “Mas isto eu também faço!”

Daí seus primeiros “vômitos de criações”, como ela mesma caracteriza seu trabalho de artista, “O processo criativo e a técnica despejam-se de dentro de mim, como fios coloridos, prontos para serem executados. Não me interessa se estava certo ou errado, simplesmente vomitava (criações). Não parava mais, a ponto de ter visões...”

Desde a primeira grande exposição no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo – MAC – USP , em 1966, a artista expõe em Paris, França; Ibiza, Espanha; Amsterdã, Holanda; Copenhagen, Dinamarca e Oslo, Noruega. A partir de então, a artista autodidata passa a ser celebrada como uma verdadeira entidade artística.

Com orgulho, diz que não faz arte para vender, realizou uma série de treze grandes painéis para por à venda e arrecadar o dinheiro necessário para a construção das casas que são o abrigo do seu mundo.

O Mundo Ovo de Eli Heil, tem como emblema o grande pássaro colorido - “O Anjo Pássaro”, que numa de suas visões sobrevoou o seu telhado, batendo asas e fazendo um “barulho estrondoso”. Eli, então, compreende que o pássaro já existia em sua mente, desde 1963. Obra monumental, de mais de cinco metros de altura (o pássaro pousado sobre um grande ovo), em cimento armado, tendo como ajudante “um homem simples, que apenas fazia casas”. O pássaro tinha que ser feito como um retrato fiel àquele que estava em sua mente. Após o pássaro, Eli Heil realiza duas esculturas policrônicas, em cimento armado, coloridas, de mais de três metros de altura - “Adão” e “Eva”, que simbolizam a criação de seu mundo. São personagens que recepcionam os visitantes no portal de seu museu. E, numa alegria intensa, onde “as lágrimas são coloridas”, no estribilho de um canto, Eli oferece a todos o seu coração, seus sofrimentos, suas alegrias: “O Mundo Ovo foi feito para o povo! O Mundo Ovo foi feito pra ficar!”. E ficou mesmo “O Mundo Ovo de Eli Heil”, como patrimônio da humanidade.

A cor é tudo, é a expressão de todo meu sentimento. Cada cor representa o meu sentimento daquele momento... O vermelho tanto é terrível como alegre. Ele vai e volta... (ELI HEIL).

Eu não tenho outra vida. Toda a minha paixão, o meu sofrimento, são minhas pinturas, esculturas, desenhos... (ELI HEIL).






18 de agosto de 2009

Tendências da TI: Busca em tempo real!


Pessoal,

já que o assunto do momento é o twitter, esse post traz dicas de ferramentas de busca em redes sociais e de um novo paradigma no mercado de buscas que é a busca em tempo real.

Essa dica eu colhi no blog do consultor da IBM, Cesar Taurion, em seu blog (disponível aqui). Segundo Cesar, O Google hoje é sinônimo de busca da Web. Mas, o ritmo de novidades que surgem a cada instante na Internet está se acelerando. Milhões de informações são disponibilizadas a cada segundo por novas tecnologias como Twitter, blogs, redes sociais e outras plataformas de auto-publicação. Os motores ou mecanismos de busca atuais como o Google não conseguem captar estas informações na velocidade em que surgem.

O Google baseia seu mecanismo de busca utilizando seu mecanismo de Pagerank que é baseado na relevância que um determinado conteúdo tem para seus usuários. Ocorre que um site ou uma notícia publicada hoje levará dias para ganhar a relevância necessária nesse mecanismo de Pagerank e poder ser o primeiro da lista das buscas realizadas na Internet. Desta forma os motores de busca atuais não conseguem acompanhar o ritmo da geração de conteúdo que é criado na Web pelos novos serviços como redes sociais e o Twitter.

Diante desse cenário, surgiu a oportunidade para algumas startups lançarem motores de busca voltados a coletar informações quase em tempo real recém postadas na Web via Twitter e redes sociais, ao invés de buscá-las em sites Web, muitas vezes com informações geradas há muitos anos atrás.

Cesar testou alguns desses motores de busca em tempo real. Eles retornam informações postadas há poucos minutos ou segundos antes. É quase como “ver” ao vivo algum evento…Uma mensagem gerada há um minuto atrás não necessáriamente é relevante, mas a presteza da informação sempre terá seu valor.

Os motores testados por ele foram :
Collecta (http://www.collecta.com/)

Complementando a dica do Cesar, vai a dica do meu amigo Pagotti (@mpagoti) que é oTwitterfall (http://www.twitterfall.com).Você. Você pode fazer uma busca por um termo e saber o que as pessoas estão escrevendo sobre ele naquele instante. Além disso, ele oferece busca utilizando mecanismos de geoprocessamento, ou seja, você pode restringir a busca a uma determinada região do mapa.

Outra dica interessante que encontrei no blog do Cesar foi um site que mostra o resultado de buscas em 3D. É o Spacetime (acesse aqui). Façam um teste e procurem pelo termo “Cloud Computing”.

Diante desse novo paradigma dos mecanismos de buscas, resta saber quais serão os próximos passos do Google em relação a esse mercado.

Um abraço.

12 de agosto de 2009

Guia gratuito no Twitter tira dúvidas sobre o próprio serviço de microblog!

Capa do guia on-line sobre o Twitter. (Foto: Reprodução)


Livro digital em português traz desde dicas básicas a mais avançadas.Leitores poderão ajudar a atualizar o conteúdo da obra colaborativa.

Um guia on-line gratuito sobre o Twitter foi lançado nesta segunda-feira (10) no próprio serviço de microblog. Com o título “Tudo o que você precisa saber sobre Twitter (você já aprendeu em uma mesa de bar)”, o livro digital pretende responder as principais dúvidas dos internautas que querem conhecer ou aprender mais sobre a “twittosfera”.

Siga as últimas notícias do G1 pelo Twitter Leia também: Tire suas dúvidas básicas sobre o Twitter A ideia do guia surgiu a partir da dificuldade que muitas pessoas têm em entender o serviço de microblog, assim como de usuários em defini-lo. “É difícil explicar o que é o Twitter para alguém com noções básicas de uso da web. Você pode, por aproximação, dizer que é uma mistura de blog e MSN”, disse o autor Juliano Spyer (@jasper).

“Ou pode ser específico e falar que é uma ferramenta para microblogagem baseada em uma estrutura assimétrica de contatos, no compartilhamento de links e na possibilidade de busca em tempo real, mas dificilmente isso convencerá o seu interlocutor a usar o serviço”, completou o redator, que integra a equipe da agência Talk Interactive, organizadora do projeto. Inicialmente, o livro traz 46 capítulos divididos em três categorias: Tudo o que você precisa saber; Negócios, jornalismo e política; e Uso avançado do Twitter. Disponível na internet sob a licença Creative Commons, o guia colaborativo poderá ganhar novas abordagens com a atualização do conteúdo pelos próprios leitores.

Proporcionalmente, Brasil já é líder em participação no Twitter, de acordo com pesquisa divulgada em julho pela Nielsen Online. Cerca de 15% dos internautas brasileiros usam o serviço de microblog, além de passarem mais tempo no site: em média 36 minutos por mês.


Do G1, no Rio.

I Bienal do Livro de Curitiba‏!

Olá!

Para quem gosta de uma Bienal, ai vai o link do site da I Bienal do Livro de Curitiba:


http://www.bienaldolivrocuritiba.com.br/

Abraços!

10 de agosto de 2009

Brasileiro não gosta de ler?

A meninada precisa ser seduzida. Ler pode ser divertido e interessante, pode entusiasmar, distrair e dar prazer.

Não é a primeira vez que falo nesse assunto, o da quantidade assustadora de analfabetos deste nosso Brasil. Não sei bem a cifra oficial, e não acredito muito em cifras oficiais. Primeiro, precisa ser esclarecida a questão do que é analfabetismo. E, para mim, alfabetizado não é quem assina o nome, talvez embaixo de um documento, mas quem assina um documento que conseguiu ler e... entender.
A imensa maioria dos ditos meramente alfabetizados não está nessa lista, portanto são analfabetos – um dado melancólico para qualquer país civilizado. Nem sempre um povo leitor interessa a um governo (falo de algum país ficcional), pois quem lê é informado, e vai votar com relativa lucidez. Ler e escrever faz parte de ser gente.

Sempre fui de muito ler, não por virtude, mas porque em nossa casa livro era um objeto cotidiano, como o pão e o leite. Lembro de minhas avós com livros nas mãos quando não estavam lidando na casa. Minha cama de menina e mocinha era embutida em prateleiras.
Criança insone, meu conforto nas noites intermináveis era acender o abajur, estender a mão, e ali estavam os meus amigos. Algumas vezes acordei minha mãe esquecendo a hora e dando risadas com a boneca Emília, de Monteiro Lobato, meu ídolo em criança: fazia mil artes e todo mundo achava graça.

E a escola não conseguiu estragar esse meu amor pelas histórias e pelas palavras. Digo isso com um pouco de ironia, mas sem nenhuma depreciação ao excelente colégio onde estudei, quando criança e adolescente, que muito me preparou para o mundo maior que eu conheceria saindo de minha cidadezinha aos 18 anos.
Falo da impropriedade, que talvez exista até hoje (e que não era culpa das escolas, mas dos programas educacionais), de fazer adolescentes ler os clássicos brasileiros, os românticos, seja o que for, quando eles ainda nem têm o prazer da leitura. Qualquer menino ou menina se assusta ao ler Macedo, Alencar e outros: vai achar enfadonho, não vai entender, não vai se entusiasmar. Para mim esses programas cometem um pecado básico e fatal, afastando da leitura estudantes ainda imaturos.

Como ler é um hábito raro entre nós, e a meninada chega ao colégio achando livro uma coisa quase esquisita, e leitura uma chatice, talvez ela precise ser seduzida: percebendo que ler pode ser divertido, interessante, pode entusiasmar, distrair, dar prazer.
Eu sugiro crônicas, pois temos grandes cronistas no Brasil, a começar por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, além dos vivos como Verissimo e outros tantos. Além disso, cada um deve descobrir o que gosta de ler, e vai gostar, talvez, pela vida afora. Não é preciso que todos amem os clássicos nem apreciem romance ou poesia. Há quem goste de ler sobre esportes, explorações, viagens, astronáutica ou astronomia, história, artes, computação, seja o que for.

O que é preciso é ler. Revista serve, jornal é ótimo, qualquer coisa que nos faça exercitar esse órgão tão esquecido: o cérebro. Lendo a gente aprende até sem sentir, cresce, fica mais poderoso e mais forte como indivíduo, mais integrado no mundo, mais curioso, mais ligado. Mas para isso é preciso, primeiro, alfabetizar-se, e não só lá pelo ensino médio, como ainda ocorre.
Os primeiros anos são fundamentais não apenas por serem os primeiros, mas por construírem a base do que seremos, faremos e aprenderemos depois. Ali nasce a atitude em relação ao nosso lugar no mundo, escolhas pessoais e profissionais, pela vida afora. Por isso, esses primeiros anos, em que se aprende a ler e a escrever, deviam ser estimulantes, firmes, fortes e eficientes (não perversamente severos).
Já se faz um grande trabalho de leitura em muitas escolas. Mas, naquelas em que com 9 ou 10 anos o aluno ainda não usa com naturalidade a língua materna, pouco se pode esperar. E não há como se queixar depois, com a eterna reclamação de que brasileiro não gosta de ler: essa porta nem lhe foi aberta.

23 de julho de 2009

Como falar dos livros que não lemos?

O que é a leitura e para que serve? Neste ensaio lúdico e provocador, Pierre Bayard categoriza os livros: os que não lemos, os que folheamos, aqueles dos quais ouvimos falar e os esquecidos. Nem se fala dos poucos que lemos e dos quais nos lembramos.

O primeiro passo para o desenvolvimento saudável de um leitor, segundo ele, é descartar a vergonha. Na verdade, todos os tipos de leitura e de não-leitura servem para nos ajudar a entender o mundo, a nos relacionarmos com fragmentos de informação. Como Bayard explica, "a não-leitura não é a ausência de leitura. Ela é uma ação verdadeira, que consiste em se organizar em relação à imensidão de livros, a fim de não se deixar submergir por eles. Por isso, ela merece ser defendida e até ensinada".

Aqui, os exemplos de leitura são ecléticos: o grande ensaísta francês Michel de Montaigne fazia anotações na última página dos livros, do contrário esquecia por completo o conteúdo. No filme "O Feitiço do Tempo", o personagem de Bill Murray aproveita a bizarra reciclagem de um mesmo dia para realizar o sonho máximo do leitor: achar a alma gêmea bibliográfica. Uma tribo africana questiona o texto de Hamlet de Shakespeare por não acreditar em fantasmas, e este é um exemplo de que às vezes a estranheza rende um entendimento mais rico.

O livro, Bayard nos lembra, não é ferramenta para angariar cultura ou impressionar os outros, e sim uma forma de encontrar a si mesmo: "O paradoxo da leitura é que o caminho em direção a si mesmo passa pelo livro, mas deve continuar sendo uma passagem. É uma travessia de livros que o bom leitor realiza, sabendo que cada um deles é portador de uma parte dele mesmo e pode lhe abrir um caminho, se tiver a sabedoria de não parar ali."

Sobre o autor
Professor de literatura francesa na Universidade de Paris e psicanalista, Pierre Bayard divide seu tempo entre a elaboração de romances, ensaios e reflexões em forma de romances policiais.

"Conjunção rara de olhar sociológico e auto-ironia." – Folha de S. Paulo.

"Guia de sobrevivência nas rodas de bate-papo." – The New York Times.

"Bayard ensina como fingir um orgasmo literário." – Observer.

"Um ensaio inteligente sobre as várias formas de apreciar um livro." – Veja.

MAIS CULTURA!

Para abrir a primeira biblioteca pública nas 661 cidades brasileiras que ainda não têm esse equipamento, o Ministério da Cultura, através do programa Mais Cultura investe na aquisição de kits a serem entregues aos municípios até julho.
Cada um deles inclui dois mil livros, mobiliário, computador, televisão, aparelho de DVD e de som. Para garantir que todos os municípios sejam beneficiados, o ministério lançou a campanha “Cada Município, uma biblioteca”, na qual o cidadão poderá ajudar a fiscalizar se há de fato esse equipamento em sua cidade.
Outra ação de estímulo à leitura é a modernização das bibliotecas já existentes. As unidades receberam mil livros, mobiliário, almofadas, pufes, tapetes e telecentro digital com acesso à internet em alta velocidade (banda larga).

20 de julho de 2009

Comissão da Câmara aprova exigência de biblioteca em todas as escolas públicas!

A Comissão de Educação e Cultura da Câmara aprovou uma proposta que exige a instalação de bibliotecas em todas as escolas públicas de educação básica. Para cuidar do acervo, bibliotecários com formação superior deverão ser contratados.
O texto, aprovado nesta quarta-feira (15), determina ainda que o acervo seja permanentemente atualizado e mantido em local próprio, atraente e acessível, com acesso à internet.
O projeto também estabelece que cada sistema de ensino poderá organizar o trabalho dos bibliotecários - inclusive para que eles atendam a mais de uma biblioteca escolar cada um.Segundo o texto do projeto de lei, os sistemas de ensino da União, dos estados e dos municípios deverão garantir capacitação específica aos bibliotecários para atuar como mediadores entre os alunos e a leitura.
A proposta define um prazo de cinco anos para implantação das medidas previstas.A proposta será encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, onde será votada em definitivo.

Legislação atual
Segundo o Plano Nacional de Educação, a "atualização e ampliação do acervo das bibliotecas"está entre as metas do ensino fundamental. Em relação ao ensino médio, um dos objetivos é estabelecer padrões mínimos nacionais de infraestrutura que incluam "espaço para a biblioteca".
Já a Lei 10.753/03, que institui a Política Nacional do Livro, determina que o Poder Executivo tenha programas anuais de manutenção e atualização do acervo de bibliotecas públicas, universitárias e escolares. Essa lei também exige, para efeito de autorização de escolas, a existência de acervo mínimo de livros para as bibliotecas escolares.
Atualmente, o Ministério da Educação desenvolve o Programa Nacional Biblioteca da Escola, por meio do qual distribui livros para todas as escolas públicas, a partir do número de alunos. Uma escola com até 250 alunos, por exemplo, recebe 20 livros (0,08 livro por estudante).
* Com informações da Agência Câmara - São Paulo.

Vamos ficar de olho nesta votação!!!

3 de julho de 2009

Polêmica e biblioteconomia espelham obra de Edson Nery da Fonseca

O pioneiro e estudioso da obra de Gilberto Freyre, Edson Nery da Fonseca participa da Flip 2009.


Um pernambucano biblioteconomista, que quase foi militar, monge, e que hoje é considerado um dos maiores especialistas do Brasil na obra do sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987), o autor de "Casa Grande & Senzala", um dos livros mais importantes da historiografia brasileira. Edson Nery da Fonseca, 88, é tudo isso e um pouco mais.

Ele é formado em Biblioteconomia e apaixonado pela profissão. Uma crônica do escritor Mário de Andrade e um artigo do poeta Carlos Drummond de Andrade o influenciaram a perseguir a carreira e a demonstrar que, contrariamente a todas as piadas ignorantes, um biblioteconomista não é um organizador de estantes. Os dois modernistas descreviam a profissão como um ato de amor, e é assim que ela sempre foi encarada pelo pernambucano.

Hoje, ele é descrito como o mais polêmico autor da biblioteconomia nacional, capaz de criticar com precisão e pertinência até mesmo a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Mas ele fala com propriedade. É graças ao seu trabalho e à sua insistência que Recife ganhou, em 1950, seu primeiro curso de biblioteconomia. Chamado para organizar as bibliotecas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), ele convenceu o reitor de que seu trabalho só seria válido se pudesse ser perpetuado depois que ele fosse embora. Uma vez conseguida a autorização, faltava apenas a verba --que continuou em falta. O pernambucano não desistiu.

Ciente dos hábitos de sua terra, escolhia os candidatos a professor e lá se ia, para a casa de cada um, na hora da ceia. Era inescapável. Montou o curso com professores dispostos a ensinar gratuitamente. Foi também um dos fundadores e o primeiro presidente da Comissão de Documentação da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e fundador da Biblioteca Nacional Central da UnB (Universidade de Brasília), na qual é professor emérito desde 1955. Não fez pouco pelos livros e, ativo até hoje, ainda escreve e fala com paixão aos jovens que compartilham o seu prazer por esse objeto.

Ele vive numa casa em Olinda, cidade próxima à Recife, com muitos gatos e 12 mil volumes de livros. É em torno deles que gira a residência e a vida do morador. Dois de seus conterrâneos mais ilustres, Gilberto Freyre e Manuel Bandeira, foram amigos de Fonseca. O biblioteconomista escreveu livros sobre ambos, além de organizar edições com suas obras; mas especializou-se mesmo no estudo da vida e obra de Freyre, escrevendo biografia e ensaios que são considerados fundamentais em qualquer bibliografia sobre o sociólogo pernambucano.

"Eu não tenho sequer pós-graduação, não tenho mestrado, doutorado, tenho apenas um bacharelado em uma ciência que ninguém leva a sério chamada biblioteconomia. De modo que o que eu tive foi uma grande paixão intelectual por Gilberto Freyre, foi um encantamento pelas originalidades das ideias dele", disse em uma entrevista ao programa da Rádio Universitária em Recife, "Café Colombo".

O homem alto (Tio Gigante, como o chamava o filho de Freyre, Fernando) e de voz grave dedicou sua vida a sistematizar e pensar a produção cultural brasileira, incentivando outros a seguir seu caminho. Escreveu o livro que é considerado hoje a obra mais importante nos estudos de biblioteconomia, e que merece ser lido por qualquer amante de livros: "Introdução à Biblioteconomia" (Briquet de Lemos, 2007). Um de seus textos mais emocionantes está no livro "Ser ou Não Ser Bibliotecário e Outros Manifestos Contra a Rotina" (ABDF, 1988).

Convidado a ser paraninfo de uma turma de conclusão da Escola de Biblioteconomia de Minas Gerais, ele fez de seu discurso uma incitação política à crítica e à insatisfação. Sob o título de "Panorama Crítico da Biblioteconomia Brasileira", o discurso não coloca panos quentes em nenhuma ferida e aponta de forma seca e direta os problemas mais graves das bibliotecas de um país que acha que não tem problemas.

É bela a paixão transmitida nessa crítica, que representa também a ferida do próprio Edson Nery da Fonseca ao ver o descaso que pode representar a destruição de uma cultura pela qual ele tem tanto apreço. "A Biblioteconomia brasileira vai bem? Vai muito bem, dirão os bovaristas e os basbaques. Só que a Biblioteca Nacional --isto é, a mais importante biblioteca de uma nação e, no caso da nossa, graças às coleções trazidas por D. João 6º, a mais rica da América Latina-- está instalada num edifício quase em ruínas, que não comporta mais o seu acervo: fora disso tudo vai bem, porque o Governo construirá outra Biblioteca Nacional em Brasília. (...) Que tal o Plano Piloto? Ah, uma beleza, tudo vai bem. O genial Lúcio Costa tudo previu. Há supermercados, hospitais, igrejas, colégios, quartéis. Há até um ambiente de meia-luz, nas superquadras, para favorecer os namoros. Nem as bancas de revista e jornal foram esquecidas. Mas o genial Lúcio Costa confessou-me que esqueceu por completo as bibliotecas."

Mas não fica nisso, pois o biblioteconomista não hesita em apontar as falhas tremendas da própria formação dos bibliotecários que trabalhavam naqueles ambientes tidos como templos de estudo. "Telefonei para a biblioteca do D.A.S.P. (Departamento Administrativo do Serviço Público), em Brasília, e perguntei se havia alguma edição de "Política", de Aristóteles. "Só o senhor dizendo o sobrenome do autor, respondeu a bibliotecária, 'porque no nosso catálogo os autores aparecem pelos sobrenomes'." É triste, inegavelmente. Mas nada disso impediu Fonseca de se manter ativo na defesa de sua profissão e da construção cultural brasileira.

Ele escolheu dois templos para a sua vida: as bibliotecas e os mosteiros. Pouco afeito ao isolamento monástico, acabou ficando apenas entre as estantes. Ex-oblato do Mosteiro de São Bento de Olinda, falou em um livro sobre a vida nos monastérios. "Sub Specie Aeternitatis" (Arx, 2003), título que veio do livro "Ética" de Bento de Espinosa (1632-1677) e que significa "Sob Um Aspecto da Eternidade", fala sobre claustros do Brasil e sobre a vida que neles se leva. Um oblato é o monge que vive a vida mundana, que permanece fora dos mosteiros. E o livro traz as lembranças de Fonseca sobre seu período entre os monges, salpicadas de histórias, explicações e referências acerca do papel dos monastérios na construção e preservação do conhecimento desde a Idade Média.

Uma obra de um erudito, sem dúvida. Mas é também uma obra de alguém que tem carinho pelo seu passado e respeito por aqueles que o construíram. Uma obra de um pernambucano que, apaixonado por seu país, traçou seu mapa: "Estou limitado ao Norte pela literatura / Ao Sul pela saudade da vida militar / A Leste por Gilberto Freyre / E a Oeste pelo Mosteiro de São Bento." (in 'Interpretação de Edson Nery da Fonseca', Bagaço, 2001). Um homem que construiu, palavra a palavra, seu amor pelos livros e a luta por sua permanência no futuro.


Por Tereza Chaves.

Colaboração para a Folha Online.

29 de junho de 2009

Leitura facilitada!

Pesquisadores da USP desenvolvem prancha de leitura acoplada a lupa para uso de pessoas com visão subnormal. Projeto teve apoio dos programas PIPE e PAPI, da FAPESP (foto: divulgação)


Agência FAPESP – Um prancha de leitura acoplada a uma lupa, destinada a pessoas com baixa visão, foi criada por pesquisadores da Bonavision Auxílios Ópticos, empresa incubada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP).

O produto mantém fixos a linha de leitura e o foco, proporcionando conforto em leituras prolongadas realizadas por pessoas com faixa de visão subnormal, termo utilizado para descrever a visão remanescente em indivíduos que sofrem de patologias como diabete, catarata ou glaucoma. Esse comprometimento da função visual impossibilita afazeres habituais mesmo após tratamento ou correção dos erros refrativos com o uso de óculos ou lentes de contato.

O desenvolvimento contou com apoio da FAPESP por meio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI).

“A visão subnormal compreende indivíduos com acuidade visual corrigida entre 0,05 e 0,3 no melhor olho, ou seja, que enxergam em um campo de visão entre 5% e 30%, porcentagem que atinge cerca de 3/4 de todos os deficientes visuais do país”, disse José Américo Bonatti, coordenador do projeto e pesquisador da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, à Agência FAPESP.

Calcula-se que o número de portadores de deficiência visual chegue aos 4 milhões de pessoas no Brasil, sendo 3 milhões com visão subnormal, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Acuidade visual é o grau de aptidão do olho para discriminar detalhes espaciais, ou a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.

Essa capacidade discriminatória é atributo das células fotossensíveis da retina, sendo que a acuidade visual não corrigida é medida sem a ajuda de óculos ou lentes de contato, enquanto a corrigida, considerada a mais relevante avaliação da saúde ocular, utiliza esses auxiliares em sua medição.

Segundo Bonatti, o produto, que está sendo vendido pela Bonavision a R$ 390, é dotado de uma lupa asférica de alto aumento e grande diâmetro que permite ver palavras inteiras. Com ajuste de foco individualizado, a lupa tem poder de refração de 28 dioptrias e 5 centímetros de diâmetro, proporcionando ampliação da imagem em cinco vezes e meia. A prancha é inclinada a 45 graus, reduzindo o esforço cervical e do tronco na leitura.

Ao utilizar a prancha, o usuário precisa apenas segurar o anel deslizante para movimentar a lupa no sentido horizontal enquanto lê ou escreve. Quando quiser ler as linhas superiores ou inferiores, basta movimentar o trilho metálico no sentido vertical.

“Esse acoplamento facilita a leitura, pois, quando o portador de baixa visão utiliza uma lupa manual comum, precisa segurá-la todo o tempo para manter o foco da lente e a linha horizontal de leitura”, disse.


Leitura inclusiva

Bonatti explica que uma das principais vantagens do produto é permitir que o aluno com deficiência visual possa acompanhar o mesmo material de leitura que está sendo lido pelos colegas de classe. E, quando precisar interromper a leitura, pode deixar a lupa imóvel para, em seguida, retornar rapidamente ao mesmo ponto do texto.

“Essa diferença é fundamental em relação às lupas não acopladas porque o usuário não perde a referência no texto. Isso pode se tornar complicado quando se pensa em um aluno deficiente visual que não consegue acompanhar seus colegas, podendo comprometer o aprendizado”, apontou.

“Nossa expectativa é que escolas e bibliotecas tenham uma prancha de leitura como ferramenta de inclusão social. Lembrando que todas as escolas do país são obrigadas a aceitar o deficiente visual e educá-lo da mesma maneira que os outros alunos. É preciso apoiar a educação inclusiva, que deve proporcionar equipamentos adequados para que os estudantes deficientes possam ter acesso ao mesmo material de leitura”, disse Bonatti.

Segundo ele, o fato de a lupa ficar acoplada ao trilho pode ajudar também pessoas idosas com problemas motores. “Sabemos que a leitura se constitui em uma atividade fundamental para o lazer dos idosos que, ao perder o ponto da leitura sucessivamente, têm reforçada a sensação de incapacidade e podem tender a desistir da leitura”, disse.

O desenvolvimento do produto contou com pesquisa sobre os equipamentos de referência ópticos e não ópticos para visão subnormal disponíveis no país, quando foram verificadas as principais necessidades dos portadores de visão subnormal em relação aos equipamentos existentes e ao exercício de suas atividades diárias.

O trabalho envolveu uma observação participativa junto a pacientes do Serviço de Visão Subnormal da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Foi constatada uma preferência pelo uso das lupas em relação aos óculos na visão subnormal moderada e grave e também foi verificado que segurar as lupas é uma atividade cansativa, sobretudo entre os idosos.

Em seguida, o protótipo do produto foi testado no Hospital das Clínicas da FMUSP com 9 pacientes com visão subnormal, em comparação com o uso de uma lupa manual semelhante, considerando-se os seguintes parâmetros de avaliação: causa da doença, acuidade visual corrigida no melhor olho para longe e impressão pessoal do paciente comparando prancha de leitura e lupa teste.

De acordo com os resultados do estudo, publicado nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 5 pacientes preferiram a prancha de leitura acoplada à lupa e dois optaram pela lupa manual. “A maioria dos pacientes avaliados preferiu a prancha por esta proporcionar a estabilidade da linha de leitura. Apesar de a amostra de pacientes ser pequena, ela tem um significado importante do ponto de vista qualitativo”, disse Bonatti.
29/6/2009 - Por Thiago Romero.

Para ler o artigo Avaliação de pacientes utilizando equipamento inovador de auxílio à visão subnormal, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

Mais informações sobre os produtos da Bonavision http://www.bonavision.com.br/.

19 de junho de 2009

Google aprimora busca e partilha de livros‏!

A pesquisa de conteúdo do Google Books recebeu uma série de novos recursos, ontem (18).
O serviço de livros virtuais da companhia, agora, além de reconhecer trechos de livros de domínio público na busca, mostra mais contextos sobre a publicação e uma imagem prévia da página. O mesmo vale para revistas. A diferenciação, ou customização, é feita na hora da pesquisa.
O Google Book Search também ganha um “Thumbnail View” na barra de ferramentas, que permite uma visão geral e ampla dos resultados por meio de ícones. Ao clicar neles, o direcionamento ao conteúdo é imediato.
Outras mudanças sensíveis ocorreram no modo de leitura. Com os novos botões, o usuário, desde ontem, consegue navegar de maneira mais fluente de uma página para outra, pular capítulos e escolher a visualização que mais agrada - dentre elas, a HTML, o modo de texto mais simplificado.
Os trechos preferidos de cada leitor virtual podem ser “embebidos” em outras páginas ou inseridos em uma URL, segundo o blog do serviço do Google. A idéia é fazer com que os internautas compartilhem suas leituras tão facilmente como fazem com os vídeos do YouTube.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/internet/google-aprimora-busca-e-partilha-de-livros-19062009-4.shl

Obs.: Se você ainda não viu, não deixe de ver. Está um show. http://books.google.com/

18 de junho de 2009

Tesouro brasileiro na internet

Agência FAPESP - Foi lançado oficialmente, na última terça-feira (16/6), o projeto Brasiliana Digital, que disponibilizará pela internet, com acesso livre, a coleção de cerca de 40 mil volumes da Biblioteca Guita e José Mindlin, doada à Universidade de São Paulo (USP) em 2006, além de outros acervos da USP.
A versão inicial, que já está funcionando, oferece acesso a 3 mil documentos da coleção reunida por Mindlin ao longo de mais de 80 anos. O lançamento do projeto, realizado em conjunto com uma homenagem ao bibliófilo, ocorreu durante a cerimônia de abertura do seminário Livros, Leituras e Novas Tecnologias, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital paulista.
"Desde que comecei a coleção, já sabia que a biblioteca não podia ser para sempre um patrimônio particular. Estava claro que éramos depositários e formadores desse conjunto, mas sem o viés da propriedade. Como toda minha família tem forte relação com a USP desde a década de 1930, quando entrei no curso de Direito da universidade recém-inaugurada, não tive dúvidas sobre a escolha da instituição para a qual deveria doar esse patrimônio", disse Mindlin.
A fase piloto de implantação do projeto conta com apoio da FAPESP, por meioda modalidade Auxílio a Pesquisa - Regular. Os recursos fornecidos pela Fundação permitiram a compra de um sistema integrado de digitalização robotizada de livros encadernados.
"O robô foi adquirido em janeiro e neste primeiro semestre parte da nossa equipe foi para os Estados Unidos receber treinamento para operá-lo. Há sete semanas estamos trabalhando com ele. O robô permite digitalizar cerca de 2,4 mil páginas por hora, o que equivale a cerca de 40 livros por dia", disse Pedro Puntoni, professor do Departamento de História da USP e coordenador da Brasiliana Digital, à Agência FAPESP.
A Biblioteca Guita e José Mindlin reúne diversos tipos de livros, folhetos e manuscritos sobre assuntos brasileiros. "O acervo cobre áreas como literatura, prosa e poesia, história, relatos de viagens, crítica literária, ensaios, filologia, dicionários, obras de cronistas, história natural, botânica e zoologia.
Nem tudo está em português, mas tudo diz respeito ao Brasil", explicou Puntoni. Segundo ele, o projeto permitirá aliar a conservação das obras - muitas delas com vários séculos de existência - e a universalização do acesso a elas. "O governo brasileiro, em suas três esferas, tem investido muito em inclusão digital, que deverá aumentar imensamente a parcela da população brasileira com acesso à internet.
A Brasiliana Digital dará acesso a esse acervo riquíssimo, preservando-o ao mesmo tempo", afirmou. O historiador explicou que ainda não há previsão do tempo necessário para adigitalização integral do acervo doado por Mindlin. Mas, com a tecnologia dedigitalização avançada e um sistema de gestão de informação adequado, a equipe está pronta para ampliar o ritmo do projeto.
"Como o prédio no qual o acervo será instalado ainda não está pronto, não pudemos ainda definir a dinâmica do processo. O robô, apelidado pela equipe de Maria Bonita, é operado por conservadores. Quando lidamos com um livro doséculo 16, por exemplo, temos que diminuir o ritmo. Estamos ainda aprendendo a lidar com o equipamento", disse.
O projeto recebeu da FAPESP até o momento cerca de US$ 980 mil, usados para a compra do robô e apoio a 15 bolsistas. Segundo Puntoni, a equipe envolvidacom o projeto tem cerca de 30 integrantes, entre pesquisadores, bibliotecários, analistas e programadores.
A base do projeto Brasiliana Digital, segundo Puntoni, é o projeto Brasiliana USP, coordenado por István Jancsó, do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP.
"A Brasiliana USP é um projeto da reitoria da USP que permitirá o acesso para pesquisa e ensino da maior coleção de livros e documentos de e sobre o Brasil custodiada por uma universidade em escala mundial, tornando-a disponível na internet", explicou Puntoni.
Para abrigar o acervo doado por Mindlin e a nova sede do IEB, a Brasiliana USP está construindo um edifício com cerca de 20 mil metros quadrados no centro da Cidade Universitária, em São Paulo. O projeto foi desenvolvido pelos arquitetos Eduardo de Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb, com a assessoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.
"O contrato com a construtora prevê o prédio pronto no fim de outubro, incluindo toda a parte estrutural, como ar-condicionado, cadeiras do auditório, elevadores, etc. A partir daí será preciso trabalhar na instalação de equipamentos, sistemas de segurança e no acabamento.
Acreditamos que em 2010 o novo prédio estará operacional", disse Puntoni.
A parte do prédio onde ficará o IEB, no entanto, deverá levara proximadamente mais dois anos para ser finalizada. "A parte da construção voltada à coleção Mindlin foi privilegiada, para podermos trazer logo o acervo. Precisaremos ainda levantar recursos para a finalização da outra parte", disse.
Integração digital segundo Jancsó, a concepção básica do projeto Brasiliana USP parte da ideia de criar uma estrutura de conservação de uma parcela do patrimônio cultural da nação, que é a Biblioteca Guita e José Mindlin.
"A partir daí, poderemos investir na conservação do extraordinário acervo documental guardado pela USP. A universidade tem, em suas bibliotecas, cercade 6,5 milhões de livros. Tudo isso hoje está à disposição dos interessados quase que exclusivamente mediante acesso presencial", disse.
A ideia do projeto, segundo Jancsó, é contribuir para a conservação de todo o acervo da USP por meio da constituição de um centro de formação de restauradores que levará o nome de Guita Mindlin - a esposa de José Mindlin, morta em 2006 aos 89 anos, pioneira nas ações de restauro de livros e documentos no Brasil. "Por outro lado, é papel da universidade pública fazer com que a visão patrimonial seja superada e fazer com que esse acervo custodiado pela USP possa estar ao alcance, de modo universal e irrestrito, a todos os brasileiros interessados", afirmou.
De acordo com Jancsó, os acervos do IEB e da Biblioteca Guita e José Mindlinsão complementares e, juntos, deverão formar a principal coleção existente de livros e documentos voltados aos estudos brasileiros.
"A construção desse prédio no centro da USP resgata a ideia de que essa universidade foi criada para pensar o Brasil", disse.
Jancsó conta que a USP investiu R$ 15 milhões para a construção do novo prédio e o projeto captou mais R$ 18 milhões junto a fundações e recursos provenientes de mecanismos de renúncia fiscal. Já os recursos da Brasiliana Digital foram integralmente fornecidos pela FAPESP. "Agora, conseguimos autorização para captar mais R$ 11 milhoes pela lei Rouanet, para finalizar a obra. E vamos ter que buscar mais recursos. A obra é do tamanho do projeto", destacou.
O site Brasiliana USP reúne informações sobre o projeto, sobre a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin e Brasiliana Digital, com destaques como o primeiro livro impresso no Brasil (A Relação da Entrada[...], por Antonio Isidoro da Fonseca), cenas da vida urbana de Jean-Baptiste Debret (1768-1848) e o relato do marinheiro Hans Staden (1525-1579), de 1557.
"A edição de 1557 de Marpurg é a verdadeira primeira edição da obra de Hans Staden. Comprei-a encadernada com mais três livros (Varthema, Federman e um romance de cavalaria alemão), numa encadernação de 1558.
A biblioteca possui também uma edição pirata de Frankfurt, provavelmente do mesmo ano, que, não dispondo das matrizes da primeira edição, foi ilustrada com gravuras da viagem de Varthema ao Oriente, sem qualquer relação com o Brasil e com os índios", disse Mindlin.

Brasiliana Digital: www.brasiliana.usp.br/bbd.

Autor: Fábio de Castro.

Data: 18/6/2009.

Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/10650/tesouro-brasileiro-na-internet.htm#

5 de junho de 2009

Conheça o Analista de mídias sociais, um dos cargos que surgiu recentemente, com o boom das redes sociais.

Twitter, Facebook, YouTube, blogs e, claro, orkut. Em um país viciado em redes sociais, ter um trabalho que começa com uma boa olhada em todas elas pode parecer bastante promissor: só no Brasil, segundo dados do Comitê Gestor de Internet, somos cerca de 50 milhões de usuários dessas ferramentas. São espaços nos quais as pessoas buscam se agrupar por interesse e segmentam cada vez mais suas escolhas – o que, para as empresas, os torna ideais para atingir consumidores. E é aí que entra o cargo de Analista de Mídias Sociais. Em parceria com uma equipe de marketing, dentro de uma empresa ou agência, ele é a pessoa responsável por aproveitar ao máximo o potencial dessas redes.

“Essa é uma função nova, que começou há no máximo três anos”, diz Sergio Sgobbi, diretor de capacitação da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação.“Tem uma grande oferta e há escassez de profissionais e, justamente por ser uma função recente, eleva o nível da remuneração”, acredita. Grande parte dos profissionais que já atua na área é formada em comunicação, mas, como o principal requisito é entender o universo das mídias sociais, qualquer um que tenha interesse na área, em tese, pode se capacitar para a função “A primeira tarefa do analista é ver se o que a empresa pensa de si é coerente com o que estão falando dela nesses canais”, explica Edney Souza, sócio da Pólvora!, agência de comunicação especializada nesse tipo de mídia. “Depois de coletar informações, ele vai perceber qual a relevância da empresa em cada um desses espaços e decidir qual o melhor nicho para o cliente”, completa. Ou seja, o Analista de Mídias sociais não tenta colocar a marca em todos os espaços possíveis e imagináveis, mas avalia, dentro da proposta passada pelo cliente, qual é a melhor forma de aproximação com aquela comunidade.

No caso da marca de cosméticos Lancôme, o foco foram os blogs especializados e comunidades do orkut. Utilizados pontualmente em algumas campanhas, eles atraíram mais visitantes para o site da empresa por meio de promoções e conteúdo exclusivo. “Esses são espaços que possuem um público altamente fidelizado onde conseguimos inserir a marca exatamente onde as pessoas estão falando dela”, explica Fernando Arrais, da agência Media Contacts, responsável pela campanha. Para o lançamento do perfume Magnifique foram selecionados blogs nos quais houve algum comentário a respeito da Lâncome nos últimos 12 meses. A empresa gostou tanto da campanha que repetiu a dose em um segundo lançamento, de máscara para cílios, investindo em um evento para blogueiras. “Após a ação, em um dia, a pré venda daquele produto sozinha bateu todos os recorde de venda de produtos pelo site da Lâncome no Brasil”, diz Marcia Gonçalves, gerente de Negócios Digitais da empresa.

Os bons resultados fazem com que, cada vez mais, as empresas prestem atenção às comunidades online. Na agência Mídia Contacts, por exemplo, em menos de um ano cresceu em 135% a demanda por serviços envolvendo mídias sociais.

O dia-a-dia

A taxa de retorno dos usuários às comunidades é muito grande se comparada a outros sites. De acordo com Arrais, uma pessoa comum acessa cerca de oito vezes por dia o orkut ou 25 vezes o twitter, por exemplo, o que faz com que o Analista tenha que ficar sempre de olho para agir o mais rápido possível. Felipe Braga, contratado este ano pela administradora de saúde Divicom, sabe bem disso. “Todos os dias tenho que entrar e ver se o site está no ar, conferir todos os comentários, responder em alguns casos dando informações e nunca censurar as críticas”, explica.

Sua função é identificar nichos, criar e acompanhar as novas ferramentas e, depois, ajudar os diferentes departamentos da empresa a manterem o conteúdo. Atualmente, ele gerencia um blog, um wiki e um canal no YouTube e, graças ao monitoramento de interesse dos internautas, conseguiu atingir bons resultados. Em janeiro, após uma pesquisa utilizando o Google trends, Braga percebeu que na época do Carnaval havia um aumento da procura por viagens para idosos, e recomendou que fosse feito um post sobre o assunto. “Dobramos os acessos diários e duas semanas antes do feriado éramos o 1º do Google se alguém digitasse uma combinação simples de palavras como idosos, viagem e carnaval’”, diz. O sucesso levou a parcerias com empresas de turismo interessadas na visibilidade do blog da empresa.

A inteligência em SEO e o domínio de ferramentas de monitoramento são só algumas das características procuradas na hora de designar alguém para o cargo. Pessoas dinâmicas, familiarizadas com o ambiente das mídias sociais, usuárias, e que tenham conhecimento mínimo de programação costumam se dar melhor. “Buscamos pessoas com tato e presença em redes sociais, que tenham blog, twitter, orkut, LinkedIn, e capacidade de produção de conteúdo: texto, áudio, vídeo, foto.”, diz Edney, da Pólvora!. E completa: “Falta no mercado gente para fazer isso. Quem tem preparo acadêmico não tem maturidade em mídias sociais, acham que é besteira.”

Cargo: Analista de Mídias Digitais
Salário: Entre 1,2 mil e 4 mil reais, dependendo da experiência
Locais: agências de publicidade e empresas

http://info.abril.com.br/professional/carreira/no-rastro-das-midias-sociais.shtml?4

28 de maio de 2009

Exposição fotográfica das bibliotecas da Europa Ocidental "Temples du Savoir"‏

O fotógrafo turco Ahmet Ertug retratou as bibliotecas mais antigas da Europa Ocidental. Ele inaugurou recentemente uma exposição na Biblioteca Nacional da França intitulada "Temples du Savoir", com dezenas de fotografias feitas em varias partes da Europa, como a Prússia, Portugal e Irlanda. A mostra vai até o dia 12 de julho.

Vejam as fotos:

http://www.lefigaro.fr/photos/2009/05/07/01013-20090507DIMWWW00539-temples-du-savoir.php
http://www.ahmetertug.com/index-gallery-arch-libraries.html

12 de maio de 2009

BABEL BIBLIOTECÁRIA

No princípio Deus criou o bibliotecário. Disse Deus: "fundabibliotecas por todo o mundo, seleciona os documentos de melhor qualidade,organiza a informação, presta serviços de excelência e vela pelo interessedos usuários.

Mantém atualizado o catálogo e confortável a sala de leitura, porémnão escutes a Voz das Trevas, porque se o fizeres te confundirás edesaparecerás como profissional".

O bibliotecário fez tudo quanto Deus lhe pediu. Ergueu bibliotecas embelos edifícios e nelas colocou todo tipo de documento criado pelo homempara registrar a informação: tabuletas de argila, rolos de papiro oupergaminho, tábuas de pergaminho ou papel, livros, revistas, diários eboletins impressos e toda a gama de documentos iconográficos, audiovisuais,tridimensionais e legíveis por computador, incluindo aqueles disponíveis naInternet.
Inventou e reinventou o catálogo (e com ele a recuperação dainformação), que evoluiu desde as antigas bibliotecas sumárias até asbibliotecas ciberespaciais. O mesmo sucedeu com múltiplas ferramentas emétodos de trabalho: normas de catalogação, sistemas de classificação, vocabulários controlados, a análise por facetas e a indexação pré epós-coordenada, o serviço de referência e o de circulação, incluindo oempréstimo interbibliotecário e a comutação bibliográfica.

Capacitou as pessoas em todo o necessário para acessar a informação.Adotou normas de qualidade e definiu indicadores de desempenho específicospara as bibliotecas, com o fim de avaliar e melhorar seus processos,produtos e serviços. Para tudo ele utilizou a tecnologia de ponta disponívelem cada época e em cada lugar, desde a punção requerida para a escritacuneiforme até o computador e as telecomunicações do século XXI.

Ergueu sua voz contra a censura e em defesa do direito de todos àinformação. Elevou sua carreira aos mais altos níveis universitários,convertendo-a em uma profissão útil, nobre e digna. Entretanto numa manhã, enquanto o bibliotecário realizava suas tarefashabituais, ouviu uma voz rouca e tenebrosa que lhe chamava: "Vem,aproxima-te". O bibliotecário voltou a cabeça e percebeu entre incrédulo esurpreso, a visão de uma árvore seca e retorcida, de negro tronco e negrosramos.

A voz insistiu: "Vem, aproxima-te". Temeroso, mas cheio de curiosidade, o bibliotecário se aproximou comprecaução. Uma sensação sobrenatural se apoderou dele e o negro manto danoite cobriu o local, em pleno dia.

"Vem, aproxima-te, não tenhas medo" - voltou a escutar.

"É a Voz das Trevas?" - perguntou o bibliotecário com ingenuidade."Deus me recomendou que não te escute".

"Não digas bobagens; dialoguemos e verais que esta conversa teinteressa" - disse a Voz.

O bibliotecário se aproximou da estranha planta, o suficiente para veras víboras que se arrastando pelo solo começavam a enroscar-se no tronco.

"Quem é?" - perguntou intrigante a Víbora Primeira, mostrando suavenenosa língua de duas pontas.

"Sou o bibliotecário" - respondeu este com segurança.

"Ha, ha, ha!... Pobre... Em que mundo vive? Não sabes que agora techamas documentalista?".

"Que estás dizendo?" - interveio a Víbora Segunda - "o correto éespecialista da informação ou cientista da informação".

"Gestor de informação, querida, os outros termos já eram" -interrompeu a Víbora Terceira.
"Melhor em inglês, information manager" - opinou a Víbora Quarta - "ese for chefe: "chief information officer" ou "CIO".

"Eu prefiro gestor do conhecimento, knowledge manager ou chiefknowledge officer" - ajuntou a Víbora Quinta com ares de sabe-tudo.

"Mas com esses títulos, ninguém vai saber quem eu sou e o que faço".-protestou o bibliotecário".

"Precisamente, disso que se trata" - informou-lhe a Víbora Sexta -"todo mundo se perguntará o que é que faz essa pessoa, e como ninguém gostade passar por ignorante, limitar-se-ão a dizer... Ahhh! Que interessante!".

"Bibliotecário!" - debochou com desprezo a Víbora Sétima - "Nãoexistes! Desapareceste com o meteoro que extinguiu os dinossauros!".

Ressoavam ainda em sua mente as risadas de zombaria dos répteisinterlocutores, quando o bibliotecário se deu conta de que, repentinamente,a visão havia desaparecido. Invadido pelo temor, se ocultou entre asestantes do depósito.

Dali escutou a voz de Deus que lhe chamava: "Bibliotecáááááaáááário, onde estás?... Que fazes aí?... Por que teescondes?".

"Porque me dá vergonha que me vejam nesta profissão de idiota quetenho" - respondeu o bibliotecário, sem atrever-se a levantar a cabeça dosolo.

"Quem te fez pensar que é uma profissão de idiota? Acaso prestasteatenção á Voz das Trevas?" - perguntou Deus.

"As víboras me chamaram com insistência e não pude evitar..." -murmurou covardemente.

Então, Deus se enfureceu com o bibliotecário e pronunciou seu severocastigo: "Por haver escutado a Voz das Trevas viverás para sempre na confusão efalta de identidade. Tirar-te-ão a Direção da Biblioteca que será ocupada por outrosprofissionais, ainda que não saibam nada a respeito, enquanto o público seráatendido por um empregado administrativo que ganhará mais que tu.

Tu te ocuparás dos processos técnicos, e todos te farão sentir que"somente serves para fazer fichas". Quando solicitares um ajudantecatalogador, te enviarão pessoal de baixa qualificação, em tratamentopsiquiátrico, e nunca te comprarão um tesauro atualizado. Em média, ganharásum salário de fome e nunca conseguirás um estatuto profissional que teproteja".

"Qualquer um virá e te dirá: "não se diz usuário, e sim, cliente" e tuo repetirás como um papagaio, ainda que tenhas deixado a vida parasatisfazer ao usuário. Ou te dirão: "o paradigma da biblioteca não é aconservação mas o acesso" e tu te impressionarás com a frase, embora tenhaspassado séculos facilitando o acesso.

Teu lugar de trabalho será chamado centro de documentação, centro demateriais didáticos, centro de informação ou centro de gestão doconhecimento, e quando a confusão entre todas estas organizações - que nofinal fazem a mesma coisa - for incontrolável, então as chamarás unidades deinformação ou UI.

E é claro, a sociedade não será capaz de diferenciá-las e continuarãochamando-as biblioteca".

"Víboras nacionais e estrangeiras proporão cursos inúteis nos quaisaprenderás apenas que catalogação se chama agora representação descritiva oudescrição bibliográfica e que a classificação passou a ser organização doconhecimento; termos desconhecidos para coisas que tu mesmo inventaste.

Além de ser confundido, pagarás estes cursos a preço de ouro e sairásdeles sabendo o mesmo que sabias antes de inscrever-te".

"Porei inimizade entre os bibliotecários universitários e os debibliotecas públicas e farei proliferar os cursos de Biblioteconomia de 1 a5 anos, onde todos levarão aos mesmos cargos e salários, assim permanecerãoeternamente divididos e frustrados. Jamais conseguirás estar de acordo comoutro bibliotecário".

"Até que chegue o dia em que avalies seriamente tua profissão e tuaprópria terminologia, avalies a ti mesmo e aos numerosos bibliotecários quetêm oferecido sua criativa contribuição para que, durante milênios, os sereshumanos tenham podido acessar a informação. Então, se assim o fizeres ecompreenderes, eu te perdoarei".

Tradução para português por Maria das Mercês Apóstolo.

Revisão por Marcelo Silveira.

Este texto é anônimo e foi lançado na Rede em espanhol por Ana María Martínez Tamayo.

La Plata, 1 de marzo de 2001.

Texto original:

http://www.bnjm.cu/librinsula/2004/mayo/18/documentos/documento52.htm