6 de maio de 2009

Brasil já é 13º em produção de artigos científicos no mundo!

O Brasil subiu duas posições no ranking de número de artigos científicos publicados em 2008 e já ocupa a 13a posição.
Em 2007, o país estava no 15o lugar, atrás da Holanda e da Rússia, países que foram ultrapassados este ano. Os dados foram divulgados hoje (05/05) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e constam da estatística realizada pela empresa Thomson Reuters, que contabiliza anualmente os números de trabalhos científicos publicados em 200 países.
O Brasil passou da 22a posição no ranking, atingida em 2000, para o a 15a em 2007, até conseguir a atual colocação. No ano retrasado, foram publicados 19.436 artigos brasileiros, que chegaram a 30.415.
Haddad disse que a melhora foi alcançada graças ao trabalho conjunto entre os ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação. Ele citou outros fatores que resultaram na melhora da produção científica nacional, como a substituição de professores temporários por mestres efetivos, a instalação de laboratórios e equipamentos nas universidades e a expansão das bolsas de mestrado e doutorado.
"Nós estamos vivendo um momento no país que foi possível, de um ano para outro, aumentar em 50% a produção científica brasileira, em periódicos indexados por agência internacional. Dos países de ponta, é o que proporcionalmente ampliou mais a produção científica", disse o ministro.
Segundo ele, a expectativa é aprovar R$ 150 milhões em recursos para financiar este ano projetos de incentivo à produção científica-tecnológica, aplicada à produção. Haddad participou, no Rio de Janeiro, da Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências, que este ano homenageou os cientistas Charles Darwin e Galileu Galilei.
O ranking da Thomson Reuters dos 20 primeiros países em número de artigos científicos em 2008 é o seguinte: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Inglaterra, França, Canadá, Itália, Espanha, Índia, Austrália, Coréia do Sul, Brasil, Holanda, Rússia, Taiwan, Suíça, Turquia, Polônia e Suécia.
Agência Brasil
Fonte:

27 de abril de 2009

Aos bibliotecários, com carinho.

Momentos sempre sofridos quando é preciso dar um jeito na falta de espaço doméstico: que livros ficam? que livros vão? Caiu em minhas mãos um livro que gostei muito 20 anos atrás, quando começava meu interesse por bibliotecas. Tem até valor afetivo, pois minha relação com bibliotecários, e principalmente bibliotecárias, se aprofundou muito nesse tempo. “Ordenar para Desordenar – Centros de Cultura e Bibliotecas Públicas” (Luiz Milanesi, 1986).

Decidi que este fica, e ficará ao lado de “A Nova Desordem Digital” (David Weinberger, 2007). Por três motivos: o primeiro é o binômio ordem-desordem (tensão permanente do yin-yang que todos enfrentamos um pouco mais ou um pouco menos, mas que define a existência do bibliotecário); o segundo é que o Weinberger dedicou expressamente seu livro aos bibliotecários (se você é bibliotecário, leia, ele vira o seu mundo de cabeça para baixo, abrindo novos espaços de crescimento). O terceiro é que ambos os livros têm uma visão crítica e humanista do fazer bibliotecário, o que contrasta com a visão solitária e periférica que muitas vezes acaba se apossando do ser bibliotecário.

Fiquei tentado a fazer reflexões sobre o que será dessa profissão, precursora de tantas práticas imprescindíveis para a gestão de conteúdo e do conhecimento. A realização, nesses 20 anos, da profecia marxista de “tudo que é sólido desmancha no ar”, não poderia deixar de causar estragos também sobre a identidade desse grupo profissional, e abrir caminho para o surgimento de algo que ainda não sabemos o que virá a ser.


Vamos a uma antropologia dos bibliotecários?

Perda de identidade: “biblio”tecários lidam a cada dia menos com “biblio”. O livro é apenas uma entre as mídias que se multiplicam rapidamente. Na Web ontem foi o blog, hoje o Twitter. Mas na biblioteca pública a “biblio” também cede há muito tempo para a gibiteca, e nas organizações a “biblio” se expande para a hemeroteca, a videoteca, a midiateca, a mapoteca, a blogosfera da empresa, seus wikis, seu acervo de powerpoints, em todas as áreas densas em conhecimento: marketing, TI, P&D, compras etc.


Então por que manter a persona de “biblio”tecário? O “biblio” do nome perde o sentido à medida que se expande o papel do profissional frente à diversidade de conteúdos que as novas gerações consomem nos seus processos de aprendizagem e de trabalho.


Será que este nome, tão preso a um objeto físico, o livro, não impede a ave de voar? Afinal, na organização, a expectativa das pessoas em relação ao “biblio”tecário é que ele cuide dos livros, e demandas latentes relacionadas ao tratamento mais amplo de informações acabam não acontecendo.


Por outro lado, a adoção do título “ciência da informaçao” nas universidades não significa que o profissional desenvolvido seja um “cientista da informação”, como ocorre na diplomação em algumas escolas. “Ãhã, cientista da informação? Sinto muito, não temos vagas”. A falta de um nome apropriado cria um vácuo identitário.


Por outro lado, competências essenciais para a organização da informação, como a de modelagem de dados, são ainda desconhecidas desses profissionais. O mesmo pode-se dizer de conceitos mais avançados de categorização dos objetos, como a classificação facetada (não tão nova, pois Ranganathan a introduziu há um século). Nos bons sites de comércio eletrônico (vide WebMotors) esses conceitos fazem toda a diferença, mas na organização da informação nas organizações e na sociedade eles ainda são pouco utilizados.


A profissão se bifurca. Nas bibliotecas públicas e escolares, e nas milhares de salas de leitura, pontos de cultura e outros nodos de acesso popular ao conhecimento, o “biblio”tecário necessário pode não ser aquele saído das escolas especializadas em “biblio”, e sim aquele com formação humanista e universal, capaz de sentir as necessidades de sua comunidade e oferecer, até nas situações mais simples, o livro certo no momento certo (”me dê um livro para a idade de 9 anos que trate de forma humanista da questão da prostituição”; sei lá se existe, mas deveria existir e, se não existe, é preciso construir processos com feedback que gerem encomenda para os autores).


O ítem acima traz uma demanda para o profissional sucessor do “biblio”tecário: que se incorpore coletivamente aos processos societais que pautam a produção literária. Ou seja, todo o ciclo de concepção, produção e circulação de um bem precioso para a construção do conhecimento.


A perda de identidade tem esse lado das oportunidades de incorporação de novas competências para o exercício de novos papéis. Em cada lugar, há o momento do salto quântico em que a crisálida pode se tornar borboleta, numa nova espécie com novo DNA: não mais para lidar apenas com bibliotecas nem com objetos físicos, e sim com seus conteúdos, quaisquer tipos de conteúdo físico ou virtual. Um mundo bem mais divertido: surgem padrões que nossas crianças já nascem conhecendo, como o de áudio em MP3. Aliás, nada melhor que o MP3 para a educação em competências informacionais básicas (título, autor, gênero, álbum…). Ou seja, os padrões bibliográficos tendem a se incorporar ao dia a dia das pessoas no seu consumo de bens culturais, e deixam de ser parte da linguagem hermética que tornava a profissão uma tribo.


A transição para uma nova identidade é complexa. Em meio a todas as oportunidades que exigem que se enxergue o novo, há um lado jurássico, como ocorre em qualquer atividade humana. O novo precisa conviver com o velho pacificamente, mas é preciso estar preparado para a possibilidade de que, em algum momento, haja a faísca da “destruição criativa” de Schumpeter. Em apenas um ano (2003) a indústria fonográfica perdeu 1/3 do seu faturamento em nível mundial. O impacto das mudanças sobre as expectativas do mercado de trabalho do bibliotecário não irá esperar que ele esteja preparado.


Nesse tempo acelerado que vivemos, levará pouco tempo para que os clientes das bibliotecas exijam o que já oferece a Ann Arbor Digital Library, por exemplo, que abre seus registros para permitir a colaboração dos seus próprios usuários no processo de indexação. Bibliotecas abertas, sem caixa preta de procedimentos esotéricos e enrijecidos à base de CDUs e CDDs.


Escolas de Ciência da Informação, que responsabilidade! Serem parteiras da nova borboleta, e oferecerem capacitação para as novas competências, pois o mundo do trabalho tem horror ao vácuo. Esse espaço será ocupado por profissionais que entendam a estrutura da informação, a diversidade de estilos cognitivos dos usuários, os processos de negócios aos quais a informação deve atender. Não haverá necessidade de carteirinha nem de registro profissional, haja vista o que a realidade do mercado já fez com a profissão de jornalistas. Haverá sim carência dessas competências. Oportunidade de ouro para as instituições com visão de futuro.


Conselhos e Associações profissionais: as energias desse sistema vivo que é uma categoria profissional têm o desafio de projetarem modelos criativos em que um punhado de profissionais da nova espécie possam capacitar e gerenciar centenas ou milhares de leigos (por que não professores, assistentes sociais, voluntários etc.?) para que sejam facilitadores de leitura, pesquisa e aprendizagem com base no livro e em outros tipos de conteúdo.


E há, dentro das organizações, nas áreas criativas como marketing, pesquisa e desenvolvimento e estratégia (e será que alguma área nas organizações escapará do destino de ter que se tornar criativa?), o desafio de criar a cultura da busca, uso e agregação de valor à informação.
As oportunidades estão aí, e demandam profissionais com visão sistêmica, que compreendam processos e saibam gerenciar projetos de informação.


Temos grandes cabeças em ilhas de competência no país (UFSC, UFMG, UNESP, IBICT etc.), e que poderiam contribuir para a formação profissional nos lugares de maior demanda, especialmente em São Paulo, a capital brasileira dos serviços que podem diferenciar o país na competitividade global. Nesses lugares, onde há enorme carência dessas competências (há bibliotecários desempregados?), é preciso encontrar modelos, presenciais ou virtuais, para utilizar esse capital intelectual que está disponível.


Ou seja, uma alternativa virtuosa ao círculo vicioso da guerra de preços das IES privadas: fazer a roda girar ao contrário, importando para cá as melhores competências, criando currículos de Primeiro Mundo, atraindo para a profissão os melhores candidatos, e se posicionando como parceiro para os RHs das organizações que buscam a excelência nos seus processos. Penso eu que, se não for por aí, a janela de oportunidade para os profissionais da informação - a nova borboleta - pode se fechar rapidamente.


Uma fofoca sobre o olho nas oportunidades contraposto à miopia de marketing: soube ontem, conversando com uma pessoa de Belém, que as maiores redes hoteleiras do mundo estão comprando terrenos agressivamente nessa cidade, com o olho na Copa de 2014. Para os reitores de nossas universidades que estão com o olho na criação do conhecimento que nos fará competitivos globalmente: pode ser hora de criar unidades de Ciência da Informação com padrão de excelência global. Especialmente nas capitais de serviços.


Republiquei numa página um artigo recente dos amigos Levi Bucalem e Vera Stefanov, que a Folha publicou no Dia do Bibliotecário. Não pude resistir a fazer algumas críticas. Veja lá com minhas observações.


Num outro dia, falarei de mim bibliotecário em outras encarnações…

Por Sérgio Storch

http://sergiostorch.com/aos-bibliotecarios-um-pouco-de-“tough-love”/

24 de abril de 2009

Biblioteconomia: o outro lado da força!

Os modelos atuais de graduação em Biblioteconomia ainda são arcaicos e deixam de focar pontos importantes para a formação do bibliotecário. A internet é muito mais que uma ferramenta e sim uma poderosa aliada e também um grande desafio.

A Biblioteconomia é a ciência que estuda os aspectos do uso e da disseminação da informação através de serviços e produtos informacionais. Esta ciência reúne uma serie de técnicas e procedimentos, para gerenciamento de informações, nos mais diversos espaços.

Etimologicamente Biblioteconomia é a junção de três palavras gregas: biblíon (livro) + théke (caixa) + nomos (regra), ou seja, “conjuntos de regras de acordo com as quais os livros são organizados em espaços apropriados”.

Palavras e significados fazem com que a Biblioteconomia carregue uma série de estigmas que acabam por limitar o seu campo de atuação e de seus profissionais; comumente costuma-se associara imagem do bibliotecário a de um profissional que passa todo arrumando livros nas estantes.

O que é uma grande inverdade, já que o profissional de Biblioteconomia é um gestor de informações que passa anos de sua vida estudando formas de levar a informação correta em tempo hábil para que seus usuários saiam satisfeitos e com suas dúvidas resolvidas.

A Biblioteconomia é uma ciência milenar que sempre atuou dando suporte as demais áreas do conhecimento. Como imaginar a ciência sem informação? O que seriam das pesquisas científicas sem o apoio informacional das bibliotecas e centros de documentação e/ou informação? Mas se a Biblioteconomia é tão importante e funcional para as outras ciências então por que ainda existem os rótulos e os preconceitos com os profissionais da área?

Não vou cair no mérito da questão se o bibliotecário é ou não valorizado na sociedade atual, pois, acho essa uma discussão antiga e até mesmo caduca. A valorização vem do empenho dos profissionais e da contribuição social da área.Mas retornando à pergunta anterior, por que então a Biblioteconomia fica à sombra das outras ciências?

Vou arriscar uma resposta: Os modelos atuais de graduação em Biblioteconomia ainda são arcaicos e deixam de focar pontos importantes a formação do bibliotecário, como podemos pensar em sociedade da informação, sociedade em rede ou sociedade do conhecimento sem preparar os profissionais da informação para atuarem na web?

A internet é uma importante disseminadora de informações e não respeita o limite espaço-temporal, mas onde estão os bibliotecários na web? Onde está a aplicação do “profissional que gerencia a informação em qualquer lugar independente do suporte”?

Arrisco a dizer que a Biblioteconomia só irá sair do lado obscuro da força, quando perceber que a internet é muito mais que uma ferramenta, e sim uma poderosa aliada e também um grande desafio. A nova geração de usuários tem uma afinidade enorme com sistemas computacionais e com o ambiente web, e toda essa afinidade fez com que eles aprendessem a utilizá-la efetivamente.

Por isso para nós que somos profissionais da informação é inconcebível não determos o conhecimento mínimo sobre internet para auxiliarmos nossos usuários. Esses jovens e adolescentes têm a sua disposição um volume inimaginável de informações com apenas um clique. Por isso os modelos atuais de gerenciamento de informação possivelmente não irão satisfazer as suas necessidades informacionais e de entretenimento.

O que precisamos para ganhar notoriedade em nosso trabalho é mudar o conceito que sem tem sobre o bibliotecário adotando uma postura mais versátil e moderna que não apenas acompanhe as mudanças, mas também se antecipe a elas.

O que a sociedade do conhecimento precisa é cada vez mais de Bibliotecários Virtuais, Web Searches, Gestores de Conhecimento, Arquitetos de Informação, Gestores de Sistemas de Informação, Mediadores da Informação, Analistas de Informação na web e fora dela.

O trabalho nas bibliotecas é importantíssimo, mas, este representa apenas uma vertente do trabalho dos profissionais da Biblioteconomia.

Precisamos ir mais além...

Bibliotecários de todo o universo, a força está com vocês!

E vocês de que lado estão?

Por Rafael Marinho.

21 de abril de 2009

Encontrando uma utilidade no emaranhado de pensamentos do Twitter


Claire Cain Miller - The New York Times

A primeira reação que muita gente tem diante do Twitter é de perplexidade.
Por que é que alguém desejaria ler mensagens curtas sobre aquilo que uma pessoa comeu no café-da-manhã. A pergunta faz sentido.

O Twitter libera o redator de diários que há em cada um dos seus 14 milhões de usuários, que visitaram o site 99 milhões de vezes no mês passado para ler mensagens digitadas em telefones celulares ou computadores.
Analisadas individualmente, muitos dessas mensagens, ou "tweets", de 140 caracteres parecem vazias. Mas, quando visto coletivamente, o fluxo de mensagens pode transformar o Twitter em uma ferramenta surpreendentemente útil para resolver problemas e proporcionar insights a respeito do clima do mundo digital.

Ao avaliar o cérebro coletivo do mundo, pesquisadores de todos os naipes descobriram que, se procurarem analisar os comentários mundanos, as conversas ao vivo permitem que tenham uma imagem antecipada do sentimento popular - e essas conversas até ajudam a moldar esse sentimento.

Companhias como a Starbucks, a Whole Foods e a Dell são capazes de ver o que os seus fregueses estão pensando quando usam os seus produtos, e as empresas podem, assim, adaptar as suas campanhas de marketing à realidade de forma condizente.

Na semana passada, na Moldávia, manifestantes usaram o Twitter como um instrumento para promover a reunião enquanto pessoas de fora observavam os tweets dos ativistas para tentar entender o que estava acontecendo naquele país pouco conhecido.
E, no último fim de semana, a Amazon.com aprendeu como é importante responder à plateia do Twitter. Depois que um autor percebeu que a Amazon tinha reclassificado os seus livros com temas envolvendo gays e lésbicas, colocando-os na categoria "para adultos", removendo-os do seu principal sistema de busca e da classificação de vendas, irromperam protestos em blogues e no Twitter.

A companhia foi compelida a responder, apesar do feriado da Páscoa, afirmando inicialmente que o problema fora provocado por uma "falha no sistema", mas mais tarde culpando "um erro de catalogação" que afetou mais de 57 livros sobre saúde e sexo. Logo as máquinas poderão "fazer twitter" tanto quanto os seres humanos.

Corey Menscher, um aluno de pós-graduação da Universidade de Nova York, desenvolveu o Kickbee, uma tira elástica com sensores de vibração que a sua mulher usava para alertar o Twitter todas as vezes que o bebê dava chutes dentro da sua barriga: "Eu chutei a mamãe as 20h52, na sexta, 2 de janeiro!". Agora, Menscher está pensando em vender o produto.
A conjugação de sensores com o Twitter faz com que algumas pessoas acreditem que o sistema poderá ser utilizado para mandar alertas de segurança para casa ou para informar ao médico quando o nível de açúcar no sangue de um paciente ou os seus batimentos cardíacos ficarem muito elevados.

Esse tipo de fluxo de dados em tempo real poderia ajudar os pesquisadores da área médica. Os médicos já usam o Twitter para pedir ajuda e compartilhar informações sobre os seus procedimentos. No Hospital Henry Ford, em Detroit, cirurgiões e médicos residentes trocaram "tweets" durante uma operação recente para a remoção de um tumor cerebral de um homem de 47 anos de idade que sofria de convulsões. "Um pedaço do crânio está sendo removido para possibilitar o acesso à dura, o invólucro do cérebro", dizia um tweet enviado no início. Médicos residentes e leigos curiosos que acompanhavam o procedimento no ciberespaço perguntaram aos médicos que músicas eles estavam ouvindo (Loreena McKennitt, uma cantora celta), se o paciente sentia dor no cérebro (não, apenas pressão) e qual o tamanho do tumor (do tamanho de uma bola de golfe.

Conforme se faz tradicionalmente no Twitter, eles marcaram todos os seus tweets com uma palavra-chave de forma que qualquer um pudesse procurar a palavra e ler o fluxo de mensagens. "O Twitter permite que as pessoas saibam instantaneamente o que está acontecendo em relação às coisas com as quais elas se importam", diz Evan William, diretor-executivo e co-fundador do Twitter. "No melhor dos cenários, o Twitter torna as pessoas mais espertas, rápidas e eficientes". William, juntamente com os outros fundadores, Biz Stone e Jack Dorsey, imaginaram pela primeira vez o Twitter com uma forma fácil de manter contato com aquelas pessoas que já são conhecidas.

Em 2006, quando o Twitter estava apenas começando, os três homens sentiram um pequeno terremoto em São Francisco. Cada um pegou o seu telefone para fazer um tweet sobre o fato e descobriu tweets de outras pessoas na cidade. Naquele momento, ocorreu a eles que o Twitter poderia ser mais útil para uma outra coisa - uma reportagem de primeira página, não apenas para amigos, mas para todos que a lessem.

De fato, as promessas do Twitter na área de coleta de notícias ficou mais evidente durante os ataques terroristas em Bombaim em novembro passado, e quando um avião fez uma pouso de emergência no Rio Hudson em janeiro. As pessoas estavam mandando tweets a partir do local antes que os repórteres chegassem.

A atenção recebida pelo serviço ajudou-o a quase dobrar o número de usuários no mês passado, tornando o Twitter a terceira maior rede social online, atrás do Facebook e do MySpace, segundo a Compete, uma empresa de análise da Web. "O Twitter reverte a noção de grupo", explica Paul Saffo, o futurista do Vale do Silício. "Em vez de criar o grupo que deseja, o indivíduo envia uma mensagem e o grupo monta a si próprio".

Martin Stoll descobriu esse fenômeno pela primeira vez durante uma visita à cidade de Nova York, quando procurava um show de comédia. Minutos após ter mandado uma indagação pelo Twitter, cinco pessoas que ele não conhecia haviam recomendado shows. Pessoas que inscreveram-se para acompanhar os tweets de Stoll tiveram a pergunta dele enviada para às suas páginas de Twitter ou telefone celular, e outras que liam a comunicação Twitter ao vivo também puderam vê-la. Stoll, fundador da GoSeeTell Network, uma companhia online de viagens, percebeu que o Twitter poderia ser um guia ao vivo para turistas em plena viagem.

Ele criou o Portland Twisitor Center, ao qual milhares de pessoas perguntam onde encontrar o melhor local para um café da manhã ou um casa de café, e recebem respostas instantâneas dos funcionários do centro e de qualquer pessoa que deseje respondê-las. As corporações muitas vezes usam o Twitter para promover vendas.

A Intuit, a fabricante do QuickBooks e do TurboTax, monitora o Twitter para descobrir pessoas que estejam escrevendo sobre o Mint, um site de finanças pessoais que compete com o Quicken Online da empresa. A Intuit escreve a seguir para elas e oferece os seus serviços. Até mesmo as pequenas empresas consideram o Twitter útil. Por exemplo, Mary F. Jenn, da True Massage and Wellness, de São Francisco, envia tweets quando os seus massagistas têm vagas abertas nas suas agendas e oferece descontos. As reservas para o spa esgotam-se frequentemente em uma questão de horas.

Mas a utilidade mais produtiva do Twitter tem sido para aquelas empresas que desejam escrutinar as mentes dos seus clientes, lendo as suas reações imediatas a um determinado produto.

A Dell percebeu que os clientes estavam reclamando no Twitter de que o apóstrofo e as teclas de retorno estavam próximas demais no laptop Dell Mini 9. Assim, a Dell consertou o problema no Dell Mini 10. Na Starbucks, os clientes costumavam reclamar deixando notas em uma caixa de sugestões. Agora eles podem também enviar as suas reclamações ou sugestões via Twitter, onde Brad Nelson, que redige as atualizações da companhia para o Twitter, acompanha o que as pessoas estão dizendo sobre o Starbucks online.

No mês passado, emergiram boatos de que a Starbucks não mandaria mais café às tropas no Iraque como protesto contra a guerra. Nelson acabou com a boataria, enviando o seguinte texto via Twitter: "Isso não é verdade. Obtenha os fatos concretos aqui", com um link para a resposta da Starbucks ao boato.

Alguns programadores estão criando instrumentos para ajudar as companhias a acompanhar o que a população diz. Akshay Java, cientista da Microsoft, está tentando descobrir uma forma de identificar que especialistas são mais influentes em determinados tópicos, analisando automaticamente o conteúdo dos seus tweets e o que está nas redes Twitter deles.
Companhias como a Microsoft poderiam usar essas informações para descobrir que usuários do Twitter deveriam contactar para criar uma agitação em torno de um novo produto. Porém, para que o Twitter seja realmente útil como instrumento de pesquisa, mais gente terá que começar a usá-lo.

Se coletar uma fatia mais representativa daquilo que o mundo está pensando, o Twitter poderá possibilitar, por exemplo, que cientistas e acadêmicos rastreiem epidemias. Para tornar essa tarefa mais fácil, o Twitter acrescentará em breve uma caixa de buscas a sua home page de forma que os usuários sejam capazes de procurar termos como "terremoto" ou "gripe" e receber todos os tweets sobre esses tópicos nos seus resultados. Para continuar crescendo, o Twitter precisará obter verbas mais significativas, algo que a companhia de dois anos de idade ainda não conseguiu.

Os fundadores da empresa dizem que o Twitter espera cobrar de companhias como a Starbucks por recursos que ajudam tais companhias a comunicar-se com os seus fregueses e obter mais informações a respeito dele. À medida que a companhia utiliza os US$ 35 milhões que obteve recentemente junto a duas firmas de capital de risco no Vale do Silício - além dos US$ 20 milhões que já havia obtido - Williams enxerga sinais de que o seu serviço começou a encontrar um universo de usuários mais voltado para os aspectos pragmáticos e que representam uma parcela maior da população.

Ele dá o exemplo das pessoas que usaram o Twitter para encontrar gasolina em Atlanta durante um período de falta de combustível no outono passado. "É algo bem diferente de contar aos outros o que você comeu no café-da-manhã - e, no entanto, só funciona porque fica no mesmo local em que as pessoa falam sobre o café-da-manhã", afirma Williams.

Tradução: UOL.

19 de abril de 2009

Liberado na web maior acervo musical do mundo!

O maior catálogo de arquivos musicais do mundo passou a ser de domínio público nesta terça-feira.
O Arquivo de Música Contemporânea de Tribeca, em Nova York, nos Estados Unidos, foi liberado pela Universidade de Colúmbia, com quem o acordo para liberação do material fonográfico foi firmado na última semana.
Um dos primeiros acervos que podem ser acessados, segundo o site Arcmusic, é a coleção de blues do guitarrista da banda Rolling Stones, Keith Richards, com canções originais em 78 rpm do músico Robert Johnson, data dasde 1937.
Ao todo, o arquivo fonográfico de Tribeca contém mais de 2 milhões degravações, 3 milhões de fotografias, livros e vídeos, incluindo trilhas sonoras de filmes do cinema. O catálogo disponibiliza ainda gravações de música pop e traz dados sobre os músicos e bandas.
De acordo com o site Arts Beat, hospedado no jornal americano New York Times, o compartilhamento do material não visa a fins lucrativos.
A intenção da universidade em viabilizar o acesso ao acervo é uma maneira de estimular o desenvolvimento de novos projetos na área musical.

O endereço do ARChive of Contemporary Music é: http://www.arcmusic.org/begin.html


Fonte: Terra TecnologiaImagem: Keith Richards - The New York Times.

15 de abril de 2009

Lei do Preço Único para livros: mais livrarias para quem?

Por Okidoki.
Circula nos setores integrantes da cadeia produtiva do livro e agora também na Câmara dos Deputados uma proposta que pretende instituir um preço único para venda de lançamentos e relançamentos no país, em todos os canais de distribuição. Segundo a proposta, até 12 meses após o lançamento somente seriam permitidos descontos na ordem de 5 a 10% sobre o preço definido pela editora. A medida serviria para evitar a concorrência desleal das grandes livrarias e redes varejistas com as pequenas e médias, cuja principal fonte de renda tende a ser justamente os chamados best-sellers e lançamentos.

Os que são a favor da medida argumentam que essa prática já é comum e funciona muito bem em países como a França, e até na Argentina, para citar um exemplo latino. No entanto, parece quase surreal comparar o poder aquisitivo e o grau de desenvolvimento econômico Francês com o brasileiro. Além disso, é fato conhecido que nossos vizinhos têm um hábito de leitura muito mais arraigado que o nosso, o que reflete em um consumo de livros proporcionalmente maior.

Em um país com baixo índice de leitura como o Brasil, resultado da falta de estímulo, baixo poder aquisitivo da população e do preço exorbitante dos livros, acreditar que as pequenas livrarias fecham as portas só por não conseguirem competir com as grandes é abusar da inocência e boa vontade do consumidor, que é quem vai pagar a conta. Ao invés de se discutir meios de estimular o consumo de livros entre as camadas mais carentes da população e repensar o falido modelo editorial que privilegia as editoras e grandes livrarias em detrimento dos autores e consumidores, acabamos, como sempre, deixando o custo nas mãos do lado mais fraco. Será que obrigar os leitores a pagar mais caro por um produto que já é um artigo de luxo em nossas casas é a melhor solução? Para que precisamos de mais livrarias, se não pudermos pagar pelo que nos é oferecido?

A proposta não deixa de lembrar certas práticas que em outros setores como supermercados e postos de gasolina são passíveis de punições e até prisão dos envolvidos. Da forma como está sendo apresentada, além de ferir um dos preceitos mais básicos para manutenção dos direitos do consumidor, que é a livre concorrência, a padronização dos preços dos livros tende a nivelar por cima um mercado que não possui maturidade para isso, provocando uma queda ainda maior no consumo de livros no país.

Seus partidários parecem vilanizar os grandes varejistas, esquecendo-se que as próprias editoras concedem esses descontos e ganham em cima disso, uma vez que a atividade livreira é a menos tributada do país e ninguém em sã consciência vai achar que elas estão perdendo dinheiro fazendo isso. Para a editora, o custo de um livro que vai para o Submarino é o mesmo do que vai para um pequeno revendedor. É um ponto a se pensar. Se as editoras praticassem preços mais razoáveis e tivessem uma política mais transparente de descontos, não poderíamos ter um consumo expressivamente maior em todos os níveis? No conflito de interesses, elas parecem representar o lado que sai sempre ganhando, não importa o ângulo para o qual se olhe.

14 de abril de 2009

Exposição de Arte no Hall da Reitoria da UFSC em prol do Movimento de Conscientização: Doação de Órgãos.


Abertura dia 14/04, terça-feira, às 19h00. Com obras de 14 artistas plásticos. Gratuito e aberto à comunidade.

Foto: Obra do artista Ivan de Sá.

Abre nesta terça-feira, dia 14 de abril, às 19 horas, no Hall da Reitoria da UFSC, a exposição de obras de arte de 14 artistas plásticos de Florianópolis, em prol do Movimento de Conscientização: Doação de Órgãos.
A mostra poderá ser visitada até dia 30 de abril, de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas. Evento gratuito e aberto à comunidade. As 14 obras desta exposição, cada uma medindo um metro por um metro, foram especialmente produzidas para a mostra, e foram realizadas nas técnicas de pintura, colagem, arte digital e objeto.

Segundo Ivan de Sá, um dos expositores, esse grupo de artistas vem se reunindo há mais de quatro anos com a proposta de escolher temas e produzir obras que são apresentadas ao público. Desta vez, motivados pelo sofrimento do falecido colega e artista Ruy Braga, nas suas tentativas de conseguir um transplante de órgão que lhe salvasse a vida, os artistas se reuniram e decidiram produzir as obras desta exposição como forma de sensibilizar a comunidade para a questão da doação de órgãos.

Os artistas que fazem parte deste grupo são conhecidos no meio das Artes Visuais de Florianópolis e do Estado de Santa Catarina. São eles: Anderson Rodrigues, Dirce Korbes, Elias Andrade, Hugo Rubilar, Ivan de Sá, Juliana Hoffman, Kuke Castiñeras, Locatelli, Luciano Martins, Marco Figueiredo, Marinela Goulart, Oscar Miletti, Paulo Gôvea e Sol Jará.

As obras desta mostra serão doadas para a nova enfermaria de transplantes do HU e ficarão expostas naquele setor, tanto para colaborar na humanização do ambiente como promover a conscientização da comunidade para o Movimento de Conscientização: Doação de Órgãos. O doutor Joel de Andrade é médico intensivista e coordenador de transplantes do HU, e tem sido a ponte entre o hospital e o grupo de artistas. Segundo ele, qualquer iniciativa que visa ser útil à sociedade é bem-vinda e quando essas obras estiverem expostas no hospital, além de trazerem o assunto à tona, farão com que os pacientes se identifiquem com a obra. A exposição é uma promoção do Hospital Universitário e do Departamento Artístico Cultural, da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC, e conta com o apoio da SC - Transplantes CNCDO/SC.

A doação de órgãos em Santa Catarina
Santa Catarina teve, em 2008, o maior número de doadores efetivos de órgãos para transplante, com 16,7 doadores efetivos por milhão de população, ficando atrás somente da Espanha, com 35 doadores; dos EUA, com 26,5 e do Uruguai, com 18. É o terceiro ano consecutivo que Santa Catarina está na liderança do ranking nacional, em segundo está o Rio Grande do Sul com 12,2 doadores e em terceiro São Paulo com 12.

Estes resultados levaram SC a realizar o maior número nacional de transplantes de fígado e rins com doadores falecidos de todo o país proporcional à sua população. Hoje o Estado é um dos lugares mais seguros para as pessoas que necessitam deste tipo de tratamento médico. Nos últimos anos, Santa Catarina quadruplicou os recursos financeiros destinados à viabilização de transplantes, com recursos em torno de R$ 12 milhões. Para se obter esse resultado são feitos capacitação de profissionais e investimentos em hospitais, como a nova ala de transplantes do hospital Santa Izabel, de Blumenau, e a enfermaria destinada aos transplantes, no HU da UFSC.

Desde 2005, mais de 500 coordenadores hospitalares de transplantes foram treinados em SC e recebem acompanhamento diário em suas atividades dos técnicos do SC Transplantes.

Doador
Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito em nenhum documento, basta comunicar sua família do desejo da doação. A doação de órgãos no Brasil só acontece com a permissão dos familiares. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.
Existem dois tipos de doadores o vivo e o cadáver. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão, desde que ele concorde com a doação. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial. Os doadores cadáveres são pacientes em UTI com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano AVC (derrame cerebral). A retirada é realizada em centro cirúrgico. Os órgãos que podem ser obtidos de um doador cadáver são: coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.

SERVIÇO:

O QUÊ: Exposição de Obras de Arte de 14 artistas locais em prol do Movimento de Conscientização: Doação de Órgãos
QUANDO: Abertura: Dia 14 de abril de 2009, terça-feira, às 19h00. Visitação: Até dia 30 de abril, de segunda a sexta-feira, das 08 às 20 horas.
ONDE: Hall da Reitoria da UFSC, Campus Universitário, Trindade, Florianópolis-SC.
QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade.
CONTATO: Ivan de Sá (48) 3233-2789, (48) 8421-2222, lagoadigital@gmail.com Joel de Andrade (48) 3333 4781, (48) 9908 4781 - Visite: www.dac.ufsc.br e www.hu.ufsc.br


Fonte: Joice Balboa, Acadêmica de Jornalismo, Assessoria de Imprensa do DAC - Departamento Artístico Cultural: SECARTE: UFSC, com material fornecido pelos artistas expositores. Contato Notícias: (48) 3721-9348 e
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