6 de maio de 2009
Brasil já é 13º em produção de artigos científicos no mundo!
27 de abril de 2009
Aos bibliotecários, com carinho.
Decidi que este fica, e ficará ao lado de “A Nova Desordem Digital” (David Weinberger, 2007). Por três motivos: o primeiro é o binômio ordem-desordem (tensão permanente do yin-yang que todos enfrentamos um pouco mais ou um pouco menos, mas que define a existência do bibliotecário); o segundo é que o Weinberger dedicou expressamente seu livro aos bibliotecários (se você é bibliotecário, leia, ele vira o seu mundo de cabeça para baixo, abrindo novos espaços de crescimento). O terceiro é que ambos os livros têm uma visão crítica e humanista do fazer bibliotecário, o que contrasta com a visão solitária e periférica que muitas vezes acaba se apossando do ser bibliotecário.
Fiquei tentado a fazer reflexões sobre o que será dessa profissão, precursora de tantas práticas imprescindíveis para a gestão de conteúdo e do conhecimento. A realização, nesses 20 anos, da profecia marxista de “tudo que é sólido desmancha no ar”, não poderia deixar de causar estragos também sobre a identidade desse grupo profissional, e abrir caminho para o surgimento de algo que ainda não sabemos o que virá a ser.
Vamos a uma antropologia dos bibliotecários?
Perda de identidade: “biblio”tecários lidam a cada dia menos com “biblio”. O livro é apenas uma entre as mídias que se multiplicam rapidamente. Na Web ontem foi o blog, hoje o Twitter. Mas na biblioteca pública a “biblio” também cede há muito tempo para a gibiteca, e nas organizações a “biblio” se expande para a hemeroteca, a videoteca, a midiateca, a mapoteca, a blogosfera da empresa, seus wikis, seu acervo de powerpoints, em todas as áreas densas em conhecimento: marketing, TI, P&D, compras etc.
Então por que manter a persona de “biblio”tecário? O “biblio” do nome perde o sentido à medida que se expande o papel do profissional frente à diversidade de conteúdos que as novas gerações consomem nos seus processos de aprendizagem e de trabalho.
Será que este nome, tão preso a um objeto físico, o livro, não impede a ave de voar? Afinal, na organização, a expectativa das pessoas em relação ao “biblio”tecário é que ele cuide dos livros, e demandas latentes relacionadas ao tratamento mais amplo de informações acabam não acontecendo.
Por outro lado, a adoção do título “ciência da informaçao” nas universidades não significa que o profissional desenvolvido seja um “cientista da informação”, como ocorre na diplomação em algumas escolas. “Ãhã, cientista da informação? Sinto muito, não temos vagas”. A falta de um nome apropriado cria um vácuo identitário.
Por outro lado, competências essenciais para a organização da informação, como a de modelagem de dados, são ainda desconhecidas desses profissionais. O mesmo pode-se dizer de conceitos mais avançados de categorização dos objetos, como a classificação facetada (não tão nova, pois Ranganathan a introduziu há um século). Nos bons sites de comércio eletrônico (vide
A profissão se bifurca. Nas bibliotecas públicas e escolares, e nas milhares de salas de leitura, pontos de cultura e outros nodos de acesso popular ao conhecimento, o “biblio”tecário necessário pode não ser aquele saído das escolas especializadas em “biblio”, e sim aquele com formação humanista e universal, capaz de sentir as necessidades de sua comunidade e oferecer, até nas situações mais simples, o livro certo no momento certo (”me dê um livro para a idade de 9 anos que trate de forma humanista da questão da prostituição”; sei lá se existe, mas deveria existir e, se não existe, é preciso construir processos com feedback que gerem encomenda para os autores).
O ítem acima traz uma demanda para o profissional sucessor do “biblio”tecário: que se incorpore coletivamente aos processos societais que pautam a produção literária. Ou seja, todo o ciclo de concepção, produção e circulação de um bem precioso para a construção do conhecimento.
A perda de identidade tem esse lado das oportunidades de incorporação de novas competências para o exercício de novos papéis. Em cada lugar, há o momento do salto quântico em que a crisálida pode se tornar borboleta, numa nova espécie com novo DNA: não mais para lidar apenas com bibliotecas nem com objetos físicos, e sim com seus conteúdos, quaisquer tipos de conteúdo físico ou virtual. Um mundo bem mais divertido: surgem padrões que nossas crianças já nascem conhecendo, como o de áudio em MP3. Aliás, nada melhor que o MP3 para a educação em competências informacionais básicas (título, autor, gênero, álbum…). Ou seja, os padrões bibliográficos tendem a se incorporar ao dia a dia das pessoas no seu consumo de bens culturais, e deixam de ser parte da linguagem hermética que tornava a profissão uma tribo.
A transição para uma nova identidade é complexa. Em meio a todas as oportunidades que exigem que se enxergue o novo, há um lado jurássico, como ocorre em qualquer atividade humana. O novo precisa conviver com o velho pacificamente, mas é preciso estar preparado para a possibilidade de que, em algum momento, haja a faísca da “destruição criativa” de Schumpeter. Em apenas um ano (2003) a indústria fonográfica perdeu 1/3 do seu faturamento em nível mundial. O impacto das mudanças sobre as expectativas do mercado de trabalho do bibliotecário não irá esperar que ele esteja preparado.
Nesse tempo acelerado que vivemos, levará pouco tempo para que os clientes das bibliotecas exijam o que já oferece a
Escolas de Ciência da Informação, que responsabilidade! Serem parteiras da nova borboleta, e oferecerem capacitação para as novas competências, pois o mundo do trabalho tem horror ao vácuo. Esse espaço será ocupado por profissionais que entendam a estrutura da informação, a diversidade de estilos cognitivos dos usuários, os processos de negócios aos quais a informação deve atender. Não haverá necessidade de carteirinha nem de registro profissional, haja vista o que a realidade do mercado já fez com a profissão de jornalistas. Haverá sim carência dessas competências. Oportunidade de ouro para as instituições com visão de futuro.
Conselhos e Associações profissionais: as energias desse sistema vivo que é uma categoria profissional têm o desafio de projetarem modelos criativos em que um punhado de profissionais da nova espécie possam capacitar e gerenciar centenas ou milhares de leigos (por que não professores, assistentes sociais, voluntários etc.?) para que sejam facilitadores de leitura, pesquisa e aprendizagem com base no livro e em outros tipos de conteúdo.
E há, dentro das organizações, nas áreas criativas como marketing, pesquisa e desenvolvimento e estratégia (e será que alguma área nas organizações escapará do destino de ter que se tornar criativa?), o desafio de criar a cultura da busca, uso e agregação de valor à informação.
As oportunidades estão aí, e demandam profissionais com visão sistêmica, que compreendam processos e saibam gerenciar projetos de informação.
Temos grandes cabeças em ilhas de competência no país (UFSC, UFMG, UNESP, IBICT etc.), e que poderiam contribuir para a formação profissional nos lugares de maior demanda, especialmente em São Paulo, a capital brasileira dos serviços que podem diferenciar o país na competitividade global. Nesses lugares, onde há enorme carência dessas competências (há bibliotecários desempregados?), é preciso encontrar modelos, presenciais ou virtuais, para utilizar esse capital intelectual que está disponível.
Ou seja, uma alternativa virtuosa ao círculo vicioso da guerra de preços das IES privadas: fazer a roda girar ao contrário, importando para cá as melhores competências, criando currículos de Primeiro Mundo, atraindo para a profissão os melhores candidatos, e se posicionando como parceiro para os RHs das organizações que buscam a excelência nos seus processos. Penso eu que, se não for por aí, a janela de oportunidade para os profissionais da informação - a nova borboleta - pode se fechar rapidamente.
Uma fofoca sobre o olho nas oportunidades contraposto à miopia de marketing: soube ontem, conversando com uma pessoa de Belém, que as maiores redes hoteleiras do mundo estão comprando terrenos agressivamente nessa cidade, com o olho na Copa de 2014. Para os reitores de nossas universidades que estão com o olho na criação do conhecimento que nos fará competitivos globalmente: pode ser hora de criar unidades de Ciência da Informação com padrão de excelência global. Especialmente nas capitais de serviços.
Republiquei numa página um
Num outro dia, falarei de mim bibliotecário em outras encarnações…
http://sergiostorch.com/aos-bibliotecarios-um-pouco-de-“tough-love”/
24 de abril de 2009
Biblioteconomia: o outro lado da força!
21 de abril de 2009
Encontrando uma utilidade no emaranhado de pensamentos do Twitter
Claire Cain Miller - The New York Times
A primeira reação que muita gente tem diante do Twitter é de perplexidade.
Companhias como a Starbucks, a Whole Foods e a Dell são capazes de ver o que os seus fregueses estão pensando quando usam os seus produtos, e as empresas podem, assim, adaptar as suas campanhas de marketing à realidade de forma condizente.
A atenção recebida pelo serviço ajudou-o a quase dobrar o número de usuários no mês passado, tornando o Twitter a terceira maior rede social online, atrás do Facebook e do MySpace, segundo a Compete, uma empresa de análise da Web. "O Twitter reverte a noção de grupo", explica Paul Saffo, o futurista do Vale do Silício. "Em vez de criar o grupo que deseja, o indivíduo envia uma mensagem e o grupo monta a si próprio".
A Dell percebeu que os clientes estavam reclamando no Twitter de que o apóstrofo e as teclas de retorno estavam próximas demais no laptop Dell Mini 9. Assim, a Dell consertou o problema no Dell Mini 10. Na Starbucks, os clientes costumavam reclamar deixando notas em uma caixa de sugestões. Agora eles podem também enviar as suas reclamações ou sugestões via Twitter, onde Brad Nelson, que redige as atualizações da companhia para o Twitter, acompanha o que as pessoas estão dizendo sobre o Starbucks online.
Companhias como a Microsoft poderiam usar essas informações para descobrir que usuários do Twitter deveriam contactar para criar uma agitação em torno de um novo produto. Porém, para que o Twitter seja realmente útil como instrumento de pesquisa, mais gente terá que começar a usá-lo.
Tradução: UOL.
19 de abril de 2009
Liberado na web maior acervo musical do mundo!
O endereço do ARChive of Contemporary Music é: http://www.arcmusic.org/begin.html
Fonte: Terra TecnologiaImagem: Keith Richards - The New York Times.
15 de abril de 2009
Lei do Preço Único para livros: mais livrarias para quem?
Os que são a favor da medida argumentam que essa prática já é comum e funciona muito bem em países como a França, e até na Argentina, para citar um exemplo latino. No entanto, parece quase surreal comparar o poder aquisitivo e o grau de desenvolvimento econômico Francês com o brasileiro. Além disso, é fato conhecido que nossos vizinhos têm um hábito de leitura muito mais arraigado que o nosso, o que reflete em um consumo de livros proporcionalmente maior.
Em um país com baixo índice de leitura como o Brasil, resultado da falta de estímulo, baixo poder aquisitivo da população e do preço exorbitante dos livros, acreditar que as pequenas livrarias fecham as portas só por não conseguirem competir com as grandes é abusar da inocência e boa vontade do consumidor, que é quem vai pagar a conta. Ao invés de se discutir meios de estimular o consumo de livros entre as camadas mais carentes da população e repensar o falido modelo editorial que privilegia as editoras e grandes livrarias em detrimento dos autores e consumidores, acabamos, como sempre, deixando o custo nas mãos do lado mais fraco. Será que obrigar os leitores a pagar mais caro por um produto que já é um artigo de luxo em nossas casas é a melhor solução? Para que precisamos de mais livrarias, se não pudermos pagar pelo que nos é oferecido?
A proposta não deixa de lembrar certas práticas que em outros setores como supermercados e postos de gasolina são passíveis de punições e até prisão dos envolvidos. Da forma como está sendo apresentada, além de ferir um dos preceitos mais básicos para manutenção dos direitos do consumidor, que é a livre concorrência, a padronização dos preços dos livros tende a nivelar por cima um mercado que não possui maturidade para isso, provocando uma queda ainda maior no consumo de livros no país.
Seus partidários parecem vilanizar os grandes varejistas, esquecendo-se que as próprias editoras concedem esses descontos e ganham em cima disso, uma vez que a atividade livreira é a menos tributada do país e ninguém em sã consciência vai achar que elas estão perdendo dinheiro fazendo isso. Para a editora, o custo de um livro que vai para o Submarino é o mesmo do que vai para um pequeno revendedor. É um ponto a se pensar. Se as editoras praticassem preços mais razoáveis e tivessem uma política mais transparente de descontos, não poderíamos ter um consumo expressivamente maior em todos os níveis? No conflito de interesses, elas parecem representar o lado que sai sempre ganhando, não importa o ângulo para o qual se olhe.
14 de abril de 2009
Exposição de Arte no Hall da Reitoria da UFSC em prol do Movimento de Conscientização: Doação de Órgãos.
Abertura dia 14/04, terça-feira, às 19h00. Com obras de 14 artistas plásticos. Gratuito e aberto à comunidade.

Foto: Obra do artista Ivan de Sá.
Doador
Fonte: Joice Balboa, Acadêmica de Jornalismo, Assessoria de Imprensa do DAC - Departamento Artístico Cultural: SECARTE: UFSC, com material fornecido pelos artistas expositores. Contato Notícias: (48) 3721-9348 e noticias@dac.ufsc.br